Em verdade, somos sempre enfermeiros e médicos uns dos outros. Ao ler o que o outro escreve, ao prestar atenção em seus posicionamentos, muitas vezes equivocados, segundo nossa perspectiva, ao agirmos com cautela e educação, quando em alguns momentos sentimos um impulso de mandar tudo às favas, já estamos cuidando do coração um do outro... Tentando não melindrá-lo, não feri-lo em sua integridade psicológica, eis que estamos sempre aprendendo uns com os outros... Já estamos fazendo esse trabalho curativo: da compreensão, da benevolência e do respeito.
Geralmente, não falo em intolerância ou tolerância posto que, entendo, como entendem alguns companheiros, que na prática da tolerância ou intolerância se pressupõe superioridade, o que não ocorre no caso dos amigos, quer sejam virtuais ou físicos, quando somos iguais, não obstante, nossas inúmeras diferenças, há que se falar e praticar o respeito, pela opinião, escolhas e direções, por mais absurdas que sejam, segundo nossa limitada compreensão.
Curamos a nós e aos outros, quando nos esforçamos para disciplinar nosso excesso de rigor para com as supostas falhas e/ou equívocos, de nossos companheiros de jornada, e focamos nossa atenção para nossas inúmeras e feias manchas morais que teimam em continuar numa eterna exibição, e mais, querendo aplausos, uma vez que à semelhança de Gabriela, "nascemos assim, crescemos assim, e queremos continuar do mesmo jeito".
Quando há, mesmo que pequeno esforço nesse diálogo: com o outro e conosco, esta cura se processa, e uma vez, nossos corações cicatrizados ou melhorados, passamos e conjugar o verbo amar. Verbo difícil de ser conjugado, mas quem sabe, um dia, aprenderemos.