Paraíba, 3 de julho de 2022

Pauta Cultural (Ep. 48)

Paraíba, 3 de julho de 2022

⧏ Aconteceu
Casa de Cultura Hermano José
Em merecida iniciativa, a Universidade Federal da Paraíba reabriu ao público, no dia 1º de julho, o Museu Casa de Cultura Hermano José, que se encontrava, havia alguns anos, em obras de restauração e manutenção, para a celebração do centenário de nascimento do artista, gestor de cultura, professor e ambientalista paraibano.

Na ocasião, o Coral Gazzi de Sá, que em 2023 comemorará 60 anos de existência, se apresentou sob a regência do maestro Eduardo Nóbrega, com repertório de músicas nordestinas.

Hermano José (1922—2015) ▪ ImagemAntônio David Diniz
O acervo do museu, com mais de 7.500 itens divididos entre acervo museológico, arquivístico e bibliográfico, é constituído por diversas obras de Hermano José, coleções de arte, além de objetos e relíquias pessoais, e foi doado em vida por ele próprio, à UFPB, incluindo o imóvel à beira-mar da praia do Bessa, que era sua residência e ateliê. No acervo também se incluem obras de artistas paraibanos de diferentes gerações, como Miguel dos Santos, Clóvis Junior, Fred Svendsen, Flávio Tavares e Irismar Fernandes.


O Museu Casa de Cultura Hermano José é localizado na Rua Poeta Luiz Raimundo Batista de Carvalho, 805, Jardim Oceania, e está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. De acordo com o coordenador do Museu, Alexandre Santos, “a ideia é que a instituição funcione também como casa de cultura, para acolher apresentações teatrais, de música, de dança, entre outras manifestações culturais".

⧎ Acontece
Verônica Oliveira
Em seu segundo dia de atividades, a Bienal Internacional do Livro, que acontece em São Paulo nos pavilhões da Expo Norte, surpreendeu pelo elevado número de público, com corredores lotados e stands muito visitados. A nova escritora Verônica Oliveira esteve entre os personagens que mais despertaram interesse do público nestes primeiros dias.

Após crises de depressão, a autora conta que decidiu dar a volta por cima e “arrumar sua própria casa”, passando a trabalhar como profissional diarista de faxinas. Em seguida, criou o perfil Faxina Boa, no Instagram, com conteúdo que se expandiu rapidamente também no Facebook, resultando na criação de um grupo que funciona como fórum de diaristas. Hoje ela tem cerca de 330 mil seguidores.

Em seu livro, com o qual participa da Bienal — “Minha vida passada a limpo” —, o bom humor está presente ao narrar sua história, mesmo revelando casos em que foi vítima de preconceito por ser uma mulher negra, oriunda da periferia, mas que viu em seu trabalho, “um espaço para resistir”, sem desmerecer a função que exerceu e o lugar em que chegou, graças ao seu próprio esforço. “Já reclamei, chorei e passei vários dias olhando para o teto antes, mas preferi “não me render à tristeza”, disse Verônica em entrevista na bienal, em que reforçou a “importância de valorizar a atividade doméstica e combater o preconceito com a categoria".

A escritora estará presente em uma sessão de autógrafos na próxima sexta-feira, 8 de julho, às 18 horas, no estande da VR Editora.

Conheça um pouco mais sobre Verônica, na entrevista concedida ao jornalista e fundador da editora Panda, Marcelo Duarte:


O livro “Minha vida passada a limpo” está disponível em diversos sites de livrarias, inclusive na Amazon.
⧐ Acontecerá
A capital da Paraíba será agraciada com mais um Festival Internacional de Música de Câmara entre os dias 12 a 20 de agosto, que terá lugar na Sala de Concertos Radegundis Feitosa da Universidade Federal da Paraíba.

Esta é a quinta versão do festival, promovido pela Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Música, com apoio da Reitoria, Direção do CCTA, Agência UFPB de Cooperação Internacional, e da Fundação de Cultura da Cidade de João Pessoa - FUNJOPE.

Em cada versão, há a proposição de uma tema que inspira o diálogo entre várias formas de expressão do conhecimento, que desta vez será a inter-relação entre a música e a filosofia.

O 5º Festival Internacional de Música de Câmara contará com músicos de vários países, vinculados a instituições acadêmicas norte-americanas, a exemplo de universidades da Pennsilvanya, Nevada, Ohio, New Jersey; e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal da Paraíba.


Para a área de filosofia foram convidados os professores Ana Thereza Dürmaier, Marcus Alves, Marcone Pequeno, Gabriel Rezende, Rainer Patriota, Maria das Neves Franca, Marcílio Franca Filho e Eduardo Rabenhorst.

Gabriel Rezende
Eduardo Rabenhorst

Informações completas sobre os concertos, palestras e master-classes estão disponível neste link.
Um encontro lítero-musical acontecerá no próximo dia 5 de julho na sede da União Brasileira dos Escritores (PB), na Av. Rio Grande do Sul, 1411, na capital paraibana.

O evento intitulado “Imagens Sertanejas” faz parte do compromisso firmado pela UBE em promover um encontro cultural mensal e terá a participação da escritora Cibele Laurentino fazendo um apanhado da obra poética de Zé Laurentino.

Na segunda parte, segue-se um momento musical com a violinista Júlia Fernandes, premiada em 2020 no "Classic Web Competion" e no "Concours International Eurochestries - Jeunes talents et musique classique”, em 2021. Na última parte, o escritor e pesquisador Bismarck Martins de Oliveira fará um relato do que foi o cangaço no nordeste brasileiro.

Júlia Fernandes
Cibele Laurentino
Bismarck Martins

O encontro "Imagens Sertanejas" também celebrará a posse dos novos membros da UBE-PB, escritores Ranieri Abrantes e Amira Rose Costa Medeiros.
Hélder Moura
Após o pré-lançamento do livro “Veredas da melancolia na criação literária – Em nome de Rosa”, mais novo título do escritor e acadêmico paraibano Hélder Moura, ocorrido na semana passada em Curitiba, o autor anuncia o lançamento, em breve, na capital da Paraíba.

Ana Carolina Castelli, supervisora de Produção da editora curitibana Appris, informou que haverá distribuição nacional por meio da rede de livrarias parceiras e comentou:

“Foi muito honroso para nossa editora publicar este livro do Hélder, um texto raro, que mostra a precisão de sua pesquisa e oferece luzes para todos que adoram a literatura e podem, através deste trabalho, conhecer um pouco mais do mistério fascinante da criação literária, com foco na obra de Guimarães Rosa”.
Hélder Moura e Ana Carolina Castelli, no lançamento do livro “Veredas da melancolia na criação literária – Em nome de Rosa”, em Curitiba
A tese de seu mestrado foi a base de inspiração de Hélder para o novo trabalho. E, portanto, ele considera pertinente que o livro seja "distribuído e adotado pelas universidades", principalmente destinado aos cursos de Letras e Psicanálise, pois trata-se de um tema que cativa todos que gostam de literatura”.

Na ocasião, Hélder Moura ressaltou que, apesar do livro ter sido inspirado no conteúdo de sua dissertação, não é direcionado necessariamente ao público acadêmico: “Veredas, obviamente, será distribuído dentro da estratégia da editora para que possa ser utilizado pelas universidades, mas se destina, na verdade, a todos que amam as letras.”
Ângela Bezerra de Castro
A professora e escritora paraibana, Ângela Bezerra de Castro, informou com exclusividade à Revista ALCR que está organizando seu próximo livro. Intitulado"Ângela Bezerra de Castro - múltipla no ser e no fazer".

O novo trabalho tem como base uma compilação de textos escritos sobre a autora. Sua publicação se inserirá entre as homenagens pelo seu 80º aniversário, em 1º de outubro. Na véspera, dia 30 de setembro, a professora receberá amigos e convidados especiais para um coquetel na casa de recepções “Sonho Doce”, em João Pessoa. Entusiasmada, Ângela confessou:

“Guardei, ao longo da vida, tudo que foi escrito sobre mim. Meu confrade Sales Gaudêncio sabia disso, e se dispôs a selecionar, organizar e prefaciar este “tesouro” para comemorar meus 80 anos. Os textos reunidos irão constituir um valioso presente para mim. Eles traçam meu perfil, com ênfase para minhas atividades intelectuais”.
Ângela Bezerra de Castro, com o amigo e confrade Gonzaga Rodrigues
Entre os textos que comporão o novo livro, estão nomes como os de Gonzaga Rodrigues, Milton Marques Júnior, Luiz Augusto Crispim, Francisco Barreto, Carlos Romero, Wiliam Costa, Germano Romero, Walter Galvão, Hildeberto Barbosa, Kubitschek Pinheiro e Carlos Pereira.
⧉ Imperdível
Uma viagem à Itália, pela Costa Amalfitana e arredores, com olhar cinematográfico de um cronista musicalmente sensível, é detalhadamente narrada por José Mário Espínola no texto “Torna a Surriento”.
Quem conhece a arte, a trajetória e o talento da artista plástica paraibana Marlene Almeida logo identifica-se com o texto da psicanalista e escritora Marluce Castor. O trabalho de Marlene é especialmente singular, pela técnica, material e concepção estética. Veja no texto “A Fada das Cores”.
Um passeio lúdico, histórico, musical sobre o amor, a arte e poesia em Noel Rosa, com direito a volteios pelo Positivismo de Comte e até pela Revolução Francesa, o professor Milton Marques Júnior ergue sua homenagem ao grande compositor e músico brasileiro no texto “A verdade mora num poço”.
Caix@ Postal
"Muito bom. Mas acho que menos que o medo, o surreal que habita nossa imaginação (ou a memória jamais acessada) é o ponto de reflexão após essa leitura de um fôlego só. Parabéns! Vou pegar o Absinto (livro) e sorvê-lo vagarosamente, outra vez. 👏👏"
Albiege Fernandes ▪ 28.06.2022
Comentário sobre o conto "[Ab]sinto", de Madalena Zaccara.


"Antônio Maria, um dos maiores cronistas do Brasil! Compositor da bela “Manhã de carnaval”. Vida intensa, boêmia e repleta de amores!"
Fernando Pessoa de Aquino ▪ 27.06.2022
Comentário sobre o texto “Conversando com Antônio Maria”, de Chico Viana.


"Assim mesmo… a vida passa e a gente vai junto… não adianta retesar os músculos, tentar fincar o pé no chão e então se machucar. Melhor fazer como o cronista, seguir leve, sem excessos, só vivendo... Gostei do texto, parabéns pela leveza."
Meg Maya ▪ 29.06.2022
Comentário sobre o texto “De olhos abertos para o que há de vir”, de Aldo Lugão.


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  1. José Mário Espínola4/7/22 00:37

    O Ambiente de Leitura Carlos Romero emplaca mais uma excelente resenha cultural. Pretendo muito em breve visitar o Museu Casa de Cultura Hermano José.
    Um livro com todos os registros escritos sobre Angela Bezerra de Castro deve tão rico quanto a personalidade da escritora.

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  2. Anônimo5/7/22 17:21

    Parabéns a cada dia mais! Tanta riqueza cultural que acontece e que Esse espaço divulga, edita, embeleza. 👏👏👏

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