A Teoria da Estética, do filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), tem o objetivo de significar uma perfeição para um ...

Estética da Subjetividade

filosofia estetica socrates platao baumgarten
A Teoria da Estética, do filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762), tem o objetivo de significar uma perfeição para um “conhecimento sensível”. Suas contribuições fundamentam as influências de um belo subjetivo, que surge de uma união das representações da própria sensibilidade. Suas teses estão no seu livro “A Estética” (1750), que apresenta um contexto teórico e outro prático e temas relacionados à arte e ao belo a partir do princípio que reconhece na natureza humana a causa necessária e suficiente para compreender e conviver em harmonia com um meio ambiente e o Universo.
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A parte teórica estuda as condições que viabilizam o conhecimento sensível que estão relacionados à beleza; e a prática fundamenta os princípios que constituem a formação do gosto e da habilidade artística através de sua constante atividade.

O termo Estética é apresentado sendo uma “percepção do mundo sensível”, que está introduzido nos escritos “Meditações Filosóficas” (1735), sobre as questões de uma produção poética. Diante disso, Baumgarten separa a sua função utilitária e moral do belo contra os objetos estéticos. Essa tese foi uma crítica aos filósofos Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.) e Platão (428/427 - 348/347), que apresentavam uma relação entre o “belo” e o “bom”, a fim de constituírem-se em uma moral.

Isso é encontrado no livro “A República”, sétimo capítulo, escrito pelo filósofo Platão no ano 370 a.C. Nesse livro, Sócrates demonstra no “belo” uma categoria que tende ao útil em uma funcionalidade para potencializar as virtudes, e, através de uma imitação, o “belo” torna-se um “bem supremo”. Nesse contexto, a arte adquire seu valor através dos efeitos gerados por essa imitação, que fundamenta a própria representação.

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Gravura em parede com a representação de Sócrates ▪ Museu de Éfeso ▪ Turquia ▪ Fonte: Wikipedia
Noutro livro, “O Banquete” (380 a.C.), escrito por Platão, a arte representa um belo estético – a dos corpos; outro, o ético – das ações humanas. E que há uma influência do belo/bem sobre um belo/objeto.

No livro “A Poética” (335 a.C.), escrito pelo filósofo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), aproxima o aspecto contemplativo do belo platônico e o aspecto prático da obra de arte. De forma a gerar uma proximidade entre o belo e a vida sensível, isto é, entre a vida e a arte. Isso apresenta uma relação natural com o aprendizado.

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Aristóteles, em pitura de Francesco Hayez ▪ 1811 ▪ Wikipedia
A estética baumgarteana apresenta níveis de conhecimentos e divide a faculdade humana em capacidade superior, que trata de temas metafísicos de forma científica; noutra, a inferior, que necessita da ajuda da inteligência, apesar de ser um conhecimento indeterminado. E dá-se no conhecimento sensível e se relaciona com o conhecimento abstrato. Por isso, esse modo de pensar a estética apresenta graus de representações, de forma a impulsionar um entendimento confuso para um estado de clareza, através das operações intelectuais do entendimento. Essas características foram influenciadas pelo filósofo alemão Christian Freiherr von Wolff (1679 - 1754). Uma das teses de Wolff afirma que a apreensão dos objetos sensíveis se constitui como uma habilidade empírica; enquanto a racional corresponde à conjunção dos elementos relativos ao belo no pensamento. No primeiro caso, trata-se de uma relação intuitiva imediata com o ambiente. No segundo, há uma internalidade na forma de um procedimento da inteligência.

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Alexander G. Baumgarten ▪ 1714-1762
Baumgarten, ao escrever “A Estética” (1750), apresenta os conteúdos poéticos sendo as representações mais compreensíveis e perfeitas. Isso permitiu aproximar o “conhecimento sensível” - estética - como uma teoria científica, por construir um conhecimento científico, lógico-abstrativo. Assim, o belo baumgarteano assume o rigor filosófico ao máximo do aprimoramento e à síntese do pensamento sensível. Esse sistema inicia do estudo do conhecimento geral das sensações, a partir do que é estético e ao que não o é, a fim de caracterizar o belo. Diante disso, o exercício estético gera um aperfeiçoamento que conduz ao belo como perfeição. Distinguir as características universais do belo significa clarificar as representações, apesar de sempre apresentarem-se confusas, que dão origem ao belo artístico quando são transferidas para a arte. Esse exercício estético inicia nas sensações relacionados aos objetos sensíveis em sua incerteza diante de um pensamento para a Ideia do objeto, isto é, em algo semelhante à perfeição do objeto. Dessa forma, a estética baumgarteana apresenta uma metodologia para analisar o belo, propõe uma ciência por meio de contínuos exercícios especulativos do conhecimento dos objetos sensíveis, a fim de evidenciar suas características que identificam a beleza em objetos sensíveis, que corresponde a uma possibilidade teórica de perfeição do conhecimento sensível.

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Casa dos Lírios: Afresco floral encontrado em Amnisos, Ilha de Creta, Grécia ▪ aproximadamente do ano 1500 a.C ▪ atualmente no Museu Arqueológico de Heraklion The Ancient World
O conceito de belo em Baumgarten é subjetivo por ser uma representação do sujeito. E os objetos sensíveis são apreendidos através da inteligência que se transformam em imagens, e o conhecimento sensitivo se torna um sistema de representações, dos quais sua unicidade e harmonia correspondem ao belo. Como resultado disso, o belo baumgarteano está condicionado à representação, e toda beleza só pode ser compreendida por meio das representações dos argumentos estético-lógicos. Por exemplo, a ideia universal de simetria enquanto beleza só pode ser reconhecida em pensamento quando está relacionado à ideia de proporção e de unidade como um modo de exteriorizar o objeto, que está diante de nós. Então, o belo só o é na medida em que se apresenta a nós em seus aspectos sensíveis, e a Estética é a arte de pensar de modo belo, de forma a aproximá-lo de um objeto racionalizável através de uma representação e subjetividade, que conduz o aprimoramento da sensibilidade que levaria ao “belo pensamento” quando se percebe - no belo natural - as características universais da beleza, isto é, sua essência singular.

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