RETROSPECTIVA
Ando vasculhando meu passado remoto. Às vezes, me reencontro; em outras, me desconheço. Onde foi que eu errei? Em qual esquina me perdi? No que fui certeira e não me confundi? De tudo, carrego dúvidas e a sensação de que os erros não me resumem. De nada, entretanto, adianta eu me culpar, já que, se eu pudesse reviver, no presente, minhas lutas, tropeços, conquistas e breves alegrias, seria igual tudo o que eu faria.
Ando vasculhando meu passado remoto. Às vezes, me reencontro; em outras, me desconheço. Onde foi que eu errei? Em qual esquina me perdi? No que fui certeira e não me confundi? De tudo, carrego dúvidas e a sensação de que os erros não me resumem. De nada, entretanto, adianta eu me culpar, já que, se eu pudesse reviver, no presente, minhas lutas, tropeços, conquistas e breves alegrias, seria igual tudo o que eu faria.
NOSTALGIA
Cada vez mais distante da criança que em mim havia, caminho, na espera de que ela volte a me sorrir um dia.
Cada vez mais distante da criança que em mim havia, caminho, na espera de que ela volte a me sorrir um dia.
DO PEQUENO ESPELHO
Quando criança, uma das coisas que eu gostava era de receber pequenos presentes dados por meu avô no dia do meu aniversário. Era só nesse dia que eu tinha o direito de tomar um refrigerante com bolacha cream cracker, um luxo à época. Numa dessas vezes, ganhei dele um espelhinho redondo, no qual passei a ver, com frequência, minha imagem refletida. Desde então, pelo carinho do meu avô, passei a me reconhecer como pessoa nesta vida.
Quando criança, uma das coisas que eu gostava era de receber pequenos presentes dados por meu avô no dia do meu aniversário. Era só nesse dia que eu tinha o direito de tomar um refrigerante com bolacha cream cracker, um luxo à época. Numa dessas vezes, ganhei dele um espelhinho redondo, no qual passei a ver, com frequência, minha imagem refletida. Desde então, pelo carinho do meu avô, passei a me reconhecer como pessoa nesta vida.
IMENSIDÃO
Há um mistério, um enigma, um segredo, sem chances de revelação. Há um tempo infinito, um espaço labiríntico, sem começo nem fim, nenhuma marcação. Há silêncios profundos e palavras ao vento, em dispersão. Há uma lua chorosa e nuvens carregadas que passam ao largo, deixando um rastro de sombras e escuridão.
Há um mistério, um enigma, um segredo, sem chances de revelação. Há um tempo infinito, um espaço labiríntico, sem começo nem fim, nenhuma marcação. Há silêncios profundos e palavras ao vento, em dispersão. Há uma lua chorosa e nuvens carregadas que passam ao largo, deixando um rastro de sombras e escuridão.
DOS ENGANOS
Todos os dias, seguir o caminho já traçado, sonhar um sonho idealizado, procurar um motivo qualquer, buscar um alento sequer, acreditar, ter fé.
Todos os dias, seguir o caminho já traçado, sonhar um sonho idealizado, procurar um motivo qualquer, buscar um alento sequer, acreditar, ter fé.
Poemas do livro "Ponteio"
O livro PONTEIO (Marineuma de Oliveira - junho, 2022), selecionado no concurso literário A arte da escrita, promovido pela União Brasileira de Escritores da Paraíba - (UBE-PB), traz uma série de sessenta poemas escritos nos últimos dois anos, cujo eixo norteador é fazer uma conexão poética através de linguagens,
como a música, dança, teatro e as artes visuais, numa costura feita pela literatura.
Para cada poema, na página esquerda ao lado, há um “ponteio”, que pode ser entendido como um mote, uma epígrafe, um refrão, um pensamento, uma filosofia. Os temas desenvolvidos nos textos são os mais diversos, porém sobressaem angústias e reflexões diante do tempo, do envelhecer, da finitude da vida e da morte iminente. Com projeto gráfico do poeta Juca Pontes, fotografia de Antônio David Diniz e capa e elementos ilustrativos da arquiteta e artista visual Valéria Antunes, o livro traz apresentação da professora Neide Medeiros, que é membro da Academia Feminina de Letras e Artes da Paraíba e da União Brasileira de Escritores da Paraíba (UBE-PB).
Ponteio está disponível por meio do Instagram da Livraria do Luiz ou do WhatsApp: 83 9972-7584