Tivemos a impressão de que Spinoza havia estado na Islândia antes de descrever sua ideia de Deus, no texto que se atribui a ele e até hoje maravilha quem o lê. Sobretudo os que têm pelo Criador amor, e não temor...
As cachoeiras que nascem das geleiras, deslizam por quase todas as montanhas e prosseguem desfilando nos córregos e riachos que cruzam a terra, ora coberta de grama e musgos, ora de pedras e areias vulcânicas, decerto comporiam parte da visão que inspirou o velho Baruch, há quase 400 anos.
As cachoeiras que nascem das geleiras, deslizam por quase todas as montanhas e prosseguem desfilando nos córregos e riachos que cruzam a terra, ora coberta de grama e musgos, ora de pedras e areias vulcânicas, decerto comporiam parte da visão que inspirou o velho Baruch, há quase 400 anos.
As belezas que se estendem pelo país inteiro, uma grande ilha mágica de onde emerge energia inebriante, são um eloquente testemunho da perfeição da Criação Divina.
Com solene austeridade, o alto, robusto e bem esculpido relevo montanhoso, em alguns momentos, cobre-se de nuvens e beija o céu. Tudo se contrapõe com a delicadeza do habitat polvilhado de ovelhas que pastam em extensos campos verdes, muitas vezes à beira do mar. Um mar que a tudo assiste, de longe, respeitado, pouco acessado, dando a impressão de que está ali mais para servir ao deleite dos animais inocentes do que para os que se dizem conscientes.
A perspectiva da vastidão livre, sem nenhuma intervenção humana, nada que obstrua ou interfira na paisagem, oferece a impressão de que todo o litoral é o retrato do infinito. Às vezes, a calmaria prateada pela iluminação oblíqua, característica das regiões polares, avança na infinitude panorâmica fundindo terra, mar e céu num cenário transcendental.
Das praias negras de origem vulcânica brotam fiordes que se adentram por entre rochas, montanhas e falesias coloridas, povoadas com graciosos puffins, gaivotas e outras aves. Neste templo que chamam de Islândia é impossível não se religar a Deus. Um Deus que corre nas cachoeiras, sorri nas flores miúdas, canta com as gaivotas e não mora em igrejas...