Chegando o São João e minhas memórias retrocedem para 2013. Oh vida!! Cortes, ciclos, mudanças, guinadas, mas sobretudo aprendizados... Daqueles dias juninos, há a foto de um quarteto de mulheres, como marco de vida, que testemunha o bem-estar vivido e compartilhado em três dias. As personagens: minhas sobrinhas Adriana, Maria Eugênia, Carolina e eu. O cenário: Campina Grande (Maior São João do Mundo) e cidades adjacentes. Foram dias intensos, juntas, aproveitando cada momento, no "aqui, agora" daqueles instantes. Como curtimos e nos divertimos, longe de imaginarmos que toda apoteose da felicidade era, sobretudo, uma despedida.
Aí veio o imprevisível. Exatos três meses depois, Maria Eugênia foi vítima de um AVC, que emudeceu para a vida e permaneceu assim durante quatro anos, até sua partida. Desde então, a vida de nossa família mexeu com cada integrante, juntos, e cada um, paralelamente. Foram tempos de dor, ansiedade, suspense, mas também esperança, exercícios de fé, resiliência e a busca da harmonia familiar. Tudo por ela. Como diz Paulo Coelho: "Nossa vida é uma constante viagem. A paisagem muda, as pessoas mudam, as necessidades se transformam, mas o trem segue adiante". E como segue!!
Enfim, chegamos numa estação. Maria Eugênia já habitando o mundo invisível, cumpriu muito bem sua bela missão neste plano e certamente desfruta de uma promissora trajetória espiritual. Doeu e dói, ao recordar a sua ausência, diante de nossas afinidades. Entro no trem. Da janela, olho para trás, mas me desperto e me despeço, ao escutar seu apito. Saudades, sim, mas preciso seguir... Vejo a paisagem verdejante, sinto um cheirinho de terra molhada e olho para o alto. Lindo o Sol e o Céu!! Preciso agora ser uma águia, aproveitar bem a leveza do "aqui e agora".
Vamos lá, vida que segue, descortinar este horizonte. O passado passou, o futuro ainda está por vir. Precisamos nos focar no Presente. A felicidade está no Presente, ponto de equilíbrio. A vida é agora, aqui agora, mas com expansão evolutiva para o infinito. Gratidão!!
Como disse o escritor José Américo de Almeida: "Viver não sua idade, mas seu tempo"