Não tive a honra e o prazer de ser aluno do Prof. Flóscolo da Nóbrega. Cheguei a conhecê-lo abatido, magérrimo, mumificado em vida. Logo depois, partiu e deixou um vácuo no ensino da “Introdução ao Direito”.
Saída da calourada, nossa turma foi recebida pelo inesquecível Prof. Edigardo Soares que andava ereto, postura elegante. Conforme ele mesmo dizia, era por conta de um desvio na coluna. Foi o próprio saudoso Prof. Edigardo Soares que nos contou, num desses saborosos amenos, no recreio, duas passagens antológicas do velho e respeitado Flóscolo da Nóbrega. Este sisudo, reservado, ateu e admirador de Santo Agostinho.
Saída da calourada, nossa turma foi recebida pelo inesquecível Prof. Edigardo Soares que andava ereto, postura elegante. Conforme ele mesmo dizia, era por conta de um desvio na coluna. Foi o próprio saudoso Prof. Edigardo Soares que nos contou, num desses saborosos amenos, no recreio, duas passagens antológicas do velho e respeitado Flóscolo da Nóbrega. Este sisudo, reservado, ateu e admirador de Santo Agostinho.
Narrou o Prof. Edigardo: o seu antecessor era cuidadoso e pontual, assíduo no comparecimento às aulas. Aconteceu que notaram a falta dele, por dias, e comentaram entre os longos corredores da antiga Faculdade, ao redor da fonte do pátio interno a causa da ausência.
Resolveu um pequeno grupo de colegas de cátedra ir à residência do faltoso. Chegaram à casa de Flóscolo cercada de vegetação e jardins. Estava fechada. Usaram a campainha, bateram palmas, aguardaram, pacientemente, que alguém viesse atendê-los. Nada. Saíram apreensivos, conjecturando algum mistério a que se houvesse disposto o querido professor, uma viagem imprevista, quem sabe?
Dias após, chega Prof. Flóscolo, causando admiração a todos. Reprimia um sorriso. Após ouvir a notícia da visita, respondeu na maior naturalidade: escutara o tinir da campainha e as palmas insistentes, mas, como estava a ler um gostoso romance, não fora atender.
De outra feita, como sempre há alunos “filões” ou que “colam”, durante as provas, dois deles combinaram passar as respostas dos quesitos, usando o método de sinais telegráficos (Morse). E assim o fizeram, numa excitação calorosa. Foi quando o professor respondeu, com os toques do telégrafo, batendo no birô: “Ponho zero em ambos! ”