Colírio que tece o dia
Olhos cítricos, preguiçosos, em pelo de mel, um deixar-se estar na paz dos meninos de Liverpool (o que não se percebe é a arte dos felinos) ((Na redoma do que se denomina casa, tem um humano que me serve e eu lhe devolvo a percepção do sublime arbítrio )) E os Beatles, são um retrato dentro da vida que se persegue no tardar dos dias, Um algo que pulsa e cintila os tons do que se propõe eterno.
Olhos cítricos, preguiçosos, em pelo de mel, um deixar-se estar na paz dos meninos de Liverpool (o que não se percebe é a arte dos felinos) ((Na redoma do que se denomina casa, tem um humano que me serve e eu lhe devolvo a percepção do sublime arbítrio )) E os Beatles, são um retrato dentro da vida que se persegue no tardar dos dias, Um algo que pulsa e cintila os tons do que se propõe eterno.
(poema inédito)
MANUAL ANTI-INSÔNIA PARA
O VIGIA NOTURNO DE CEMITÉRIO
Será pisar em terra plana, rescaldo de festa e drama ou solo santo, recanto de relicários e pranto? Ao longe serão almas dispersas ou fogo fátuo, combustão de gás metano? Quem sabe o boitatá e seu brilho de corpo inteiro, encarnação da alma penada no portilhão da entrada? (Como se chega - contrito ou hirto diz do assombro ou arrebatamento?) Postar-se no portal, bater o ponto, medir a noite de canto a canto, relembrar que o inominável reveste os ataúdes passeia nas alamedas - espia o crédulo. entre os túmulos. Noite de extravios, reino oculto do além-trevas. (A noite decide o nome de seus filhos.) O espasmo, o eco do grito mordaz corrompendo o silêncio. Gatos pardacentos - anjos dispersos, - som, uivo, vento, o mais do nada, uma celebração. (No escuro se fala às surdinas.) Seja a marmórea desgraça ou o abençoado descanso, os mausoléus só existem para os vivos. Buraco de gente encoberta, escassez de ternura. Os corpos semeados em jazigos também são obras do acaso e se igualam em sua substância última — não carregam nas moléculas partículas de soberba.) Enfim entender e vestir-se de humanidade.
Será pisar em terra plana, rescaldo de festa e drama ou solo santo, recanto de relicários e pranto? Ao longe serão almas dispersas ou fogo fátuo, combustão de gás metano? Quem sabe o boitatá e seu brilho de corpo inteiro, encarnação da alma penada no portilhão da entrada? (Como se chega - contrito ou hirto diz do assombro ou arrebatamento?) Postar-se no portal, bater o ponto, medir a noite de canto a canto, relembrar que o inominável reveste os ataúdes passeia nas alamedas - espia o crédulo. entre os túmulos. Noite de extravios, reino oculto do além-trevas. (A noite decide o nome de seus filhos.) O espasmo, o eco do grito mordaz corrompendo o silêncio. Gatos pardacentos - anjos dispersos, - som, uivo, vento, o mais do nada, uma celebração. (No escuro se fala às surdinas.) Seja a marmórea desgraça ou o abençoado descanso, os mausoléus só existem para os vivos. Buraco de gente encoberta, escassez de ternura. Os corpos semeados em jazigos também são obras do acaso e se igualam em sua substância última — não carregam nas moléculas partículas de soberba.) Enfim entender e vestir-se de humanidade.
MANUAL PARA INTERPRETAR OS SONHOS QUE SE TEM ACORDADO
Em que ponto se chocam lembranças e sonhos? É como um resgate desesperado de uma ilusão - o sonho desperto, inconcluso, que se tem perdido no silêncio íntimo. Faísca de surpresa, delírio, alívio no cotidiano de enlatados, poro de dissipar rotina, vapor do sobrenadante da pele. Surpresa a emperrar o motocontínuo. Sonho é algodão-doce, eco de aplausos, rudimento de esteio de pousar infortúnios. Anzol de fazer loucos, frustrados. (Sonhos se ruminam e crescem.) Tomam espaços, apropriam-se, tornando indelicado e vago, o que mente estar presente na dimensão do supérfluo e Sonho, derrocada do anjo prostituído, pedestal do manso, alicerce do infante. Sonho-elefante, viseira e estúpido, multiplicador de enganos apregoando o inútil. Sonho, simples acaso de um poema, derradeira lembrança que se aconchega na despedida.
Em que ponto se chocam lembranças e sonhos? É como um resgate desesperado de uma ilusão - o sonho desperto, inconcluso, que se tem perdido no silêncio íntimo. Faísca de surpresa, delírio, alívio no cotidiano de enlatados, poro de dissipar rotina, vapor do sobrenadante da pele. Surpresa a emperrar o motocontínuo. Sonho é algodão-doce, eco de aplausos, rudimento de esteio de pousar infortúnios. Anzol de fazer loucos, frustrados. (Sonhos se ruminam e crescem.) Tomam espaços, apropriam-se, tornando indelicado e vago, o que mente estar presente na dimensão do supérfluo e Sonho, derrocada do anjo prostituído, pedestal do manso, alicerce do infante. Sonho-elefante, viseira e estúpido, multiplicador de enganos apregoando o inútil. Sonho, simples acaso de um poema, derradeira lembrança que se aconchega na despedida.
MANUAL DA NOBRE ARTE DO DESENCANTO
Há prazer nas escaras do desencantado? Sentimento de mártir: cravar estacas e chamá-las : realidade.
Há prazer nas escaras do desencantado? Sentimento de mártir: cravar estacas e chamá-las : realidade.