Alfredo da Rocha Vianna Filho, nada menos que Pixinguinha. Foi compositor, instrumentista, regente, arranjador e um dos maiores músicos da MPB, segundo inúmeros críticos e historiadores da nossa arte musical brasileira.
Nasceu no bairro da Piedade, zona Norte do Rio de Janeiro, no século XIX.
Em 2023, estará completando 50 anos que desencarnou e foi tocar noutros espaços, com outras estrelas.
Aos onze anos de idade, já tocava o seu cavaquinho.
Num depoimento, declara o próprio Pixinguinha: “Fui substituir um músico no Teatro Rio Branco”.
"Chamaram-me quando empinava pipa com uns colegas. Fiquei indeciso, acanhado. Disse que não iria. Com muita insistência, terminei aceitando. “Era um fedelho”, como disse o diretor do teatro quando fui apresentado a ele. Tinha a cara de menino".
“Tute me apresentou ao seu Auler, que estava na sala de espera." Ele: ”Esse moço é quem vai tocar no lugar do Antônio Maria”? Seu Auler admirou-se: ‘Mas ele não é moço, não é nada. É um fedelho!’”.
Pixinguinha acabou caindo na graça e simpatia do regente da orquestra, Paulino Sacramento, e do dono do Teatro Rio Branco, que o efetivou no emprego.
Dali em diante, já com o domínio do saxofone, flauta, clarinete e piano, Pixinguinha compôs "Lamento", "Naquele Tempo", "Rosa" e outras, crescendo - naturalmente - a sua trajetória musical e artística. E foi depois que compôs a melodia de “CARINHOSO ”, cujo letrista foi outro grande compositor brasileiro, o João de Barro, que se firmou como grande músico brasileiro.
Minha Primeira Crônica
Como admirador que sou de Pixinguinha, guardo ainda na memória a minha primeira crônica "OBRIGADO, PIXINGUINHA", sobre sua vida, com respeito, e uma verdadeira admiração.
Guardo recortes de jornais, revistas e dois CDs com músicas dele, interpretadas pelo próprio.
A crônica em sua homenagem, foi lida na Rádio Arapuã AM, pelo comunicador Otinaldo Lourenço, dias depois de sua passagem, na década de setenta.
Ainda um menino, escrevia para o programa “Opinião do Ouvinte”, uma secção dentro do programa de notícias que ia ao ar todos os dias, as 12h da manhã na Rádio Arapuan.
▪ Fragmentos da crônica ▪
“Não dou adeus para quem parte e deixa uma parte de sua partida em sua saída. Muito embora seja ela inditosa, pungente e fatal. Quero te dizer, Pixinguinha, apesar de não poderes me ouvir, e quem sabe, se não me ouves agora! Mas, se a impossibilidade me veta falar-te, que Deus me ouça e te fale:
Obrigado!!! Que esse SER etéreo Deus te guarde. Não sob o som do saxofone, com quem gostavas de sublimar a vida, mas por entre os sons da divina transparência, para onde todos nós teremos que ir”.