A princípio, o cenário nos remonta a algumas cidades históricas do interior do Brasil. Não as do tempo atual, mas de um passado distante. O traçado urbano, o lirismo das fachadas, a tranquilidade de outrora, a sensação de paz e segurança, todas as emoções que convergem em busca de um tempo perdido.
E o encanto se estende às janelas, contornadas por molduras de diversos tons e formas, debruçadas sobre parapeitos, externos e internos, adornados com elevadas doses daquele romantismo peculiar a quem tem a arte correndo nas veias do corpo e no brilho da aura. Se ousarmos um olhar que se adentre à intimidade dos seus lares, vê-se, sem supresa, que a poesia se imanta nos ambientes cheios de vida, paz e o silêncio acolhedor, hoje cada vez mais raro, inexistente em cidades que dele não cuidam.
Nos jardins, o bom gosto não poderia ser diferente. E vai da seleção das flores ao desenho dos canteiros, dos tipos de vasos à composição, idem harmônica, que inclui até utensílios e bicicletas, que dormem ao relento, livres e soltas.
Para completar o visual que estampa o background paisagístico de Visby, esta pérola da ilha Gotland, nada mais do que o belo e sereno Mar Báltico, que oferece aos seus moradores, todas as tardes, e no verão às 10 da noite, monumentais crepúsculos de encher a vista e a alma com a grata lembrança dos tempos idos. Visby é assim.