Há momentos em que podemos nos dar ao luxo de pensar sobre o porquê de determinados acontecimentos ocorrerem em uma época, ano, ou em um período qualquer da vida.
É comum pensar que a manifestação artística, tomando como exemplos a música e a literatura, vivem um declínio relativo com o que já foi produzido em determinado tempo, usualmente vinculados aos nossos tempos de juventude e estabelecendo esta fase como um marco imbatível de criatividade.
É comum pensar que a manifestação artística, tomando como exemplos a música e a literatura, vivem um declínio relativo com o que já foi produzido em determinado tempo, usualmente vinculados aos nossos tempos de juventude e estabelecendo esta fase como um marco imbatível de criatividade.
É comum também ouvir alguém comentar “que no meu tempo a produção musical era mais rica do que hoje”. E estes critérios de julgamento ocorrem em fases da vida em que o consumo destes produtos no plano individual já não ocupam a mesma atenção e tempo que ocupavam no passado.
Há um descompromisso ou progressivo desinteresse com as novas produções resultantes das mudanças ocorridas pelas alterações dos valores e das percepções de novas realidades. Isto ocorre em maior ou menor grau seja a obra produzida por definição “erudita” ou “ popular”.
Assim pensado, isso evoca uma melhor educação para poucos, se comparada ao nivelamento por baixo do produto de consumo de massas, sem o rigor à luz de avaliações que considerem as mudanças sociais e políticas nas quais estão inseridas na história.
Visto desta forma, o julgamento do que é arte, de boa ou má qualidade, traz, à primeira vista, inegáveis componentes pré determinados em suas análises. Julgamentos, dos quais poucos escapam, vão se reproduzindo nas gerações seguintes sempre em detrimento do que venha a ser criado posteriormente.
Seriam eles legítimos? Criteriosos? Verdadeiros? É relevante questionar que a massificação da produção artística segue quase sempre o caminho inverso da sua qualificação?
Sejam as respostas sim ou não, estaremos presumindo o fim da arte como meio de elevação espiritual do homem? Ou ela, a arte, segue um trajeto perene de modificação positiva e enriquecedora para todos nós?
A resposta, me parece estar mais na nossa percepção subjetiva do mundo, do que na presunção de uma observação metodológica e real.