Há três anos ele partia, em merecida viagem, na hora certa, para então se transformar no ausente mais presente…
Como somos gratos a este homem iluminado - Carlos Romero! Iluminado com simplicidade, humildade, dignidade. Puro, sem ser inocente, soube divinamente usar o talento, a poesia e a criatividade literária para propagar o amor, enaltecer as belezas da vida, da natureza, das coisas simples, cujo significado passam tão despercebidos pela maioria. Ele entendia a vida como Leonardo da Vinci: “É na simplicidade que reside o mais alto grau da sofisticação”.
Como somos gratos a este homem iluminado - Carlos Romero! Iluminado com simplicidade, humildade, dignidade. Puro, sem ser inocente, soube divinamente usar o talento, a poesia e a criatividade literária para propagar o amor, enaltecer as belezas da vida, da natureza, das coisas simples, cujo significado passam tão despercebidos pela maioria. Ele entendia a vida como Leonardo da Vinci: “É na simplicidade que reside o mais alto grau da sofisticação”.
Pois bem, é a este homem puro, de espírito refinado, a quem rendemos nossa mais profunda gratidão. Em cujo esteio moral, ético, cultural e espiritual pautamos e continuamos a pautar o sentido de nossas vidas.
Foi com ele que aprendi a ser, simultaneamente, filho e pai. Justamente através das limitações e necessidades que a sua vida me ofereceu a sublime oportunidade de lhe retribuir o carinho. Um carinho que, ao se alternar com a inversão da cronologia hereditária, me fazia crescer ainda mais junto dele. Quantas vezes o ouvi dizer aos outros: “Ele agora virou meu pai” - que gratidão mais abençoada...
A ele idem agradeço por ter enveredado no mundo das letras, da crônica, procurando, da mesma forma, transmitir o que de belo há na existência, na poesia, nos valores que enobrecem.
Após ele ter perdido a companhia terrena da primeira esposa, minha mãe, que se ausentou de nós com apenas 55 anos, passei a revisar toda a sua produção literária. E daí ganhar intimidade com o estilo de sua obra. Não poderia deixar de lhe ser grato por toda essa afinidade intelectual, que nos proporcionou a simultaneidade de escrever juntos, de forma inédita, em vários jornais e revistas paraibanas, durante quase 30 anos.
A influência para o refinamento musical, que nos chegou desde o berço, é outra dádiva inesquecível e inestimável que a ele e à sua preciosa sensibilidade devemos. Aliás, toda a sua vida foi musicada. Inclusive o amor, que tanto abundou em sua existência, esteve permanentemente regado pela divina arte, de cujos abençoados arpejos vieram as suas duas esposas excepcionais. Minha mãe, Carmen, e minha boadrasta, Alaurinda. Mulheres que tornaram a sua vida um autêntico e melodioso Rêve d’amour. E para que essa sinfonia soasse ainda mais bela, ainda recebo do generoso destino, um irmão que só não é melhor porque é único. Como não ser grato a Carlos Romero?
Impossível esquecer também de como fomos e somos imensamente agradecidos pelas lições de bom humor, sobre o qual ele costumava qualificar como sabedoria.
Definitivamente hoje não é dia de tristeza, e sim das muitas e boas lembranças. Quem não se recorda de quantas vezes o cronista ressaltou a importância do sorriso e da alegria de viver em toda a sua trajetória?
Em seu rastro brilhará para toda eternidade um exemplo que é luz, esperança e muita fé. Não existe uma medida tão fiel para cotar o valor de um ser humano que não sejam as sementes que plantou em seu caminho. Que sem dúvida brotarão, sobretudo na emoção de quem quer usufruir o que a vida tem de belo, de bom e valioso.
Como sempre, ele lembrava do que o Cristo ensinou: só devemos ajuntar nessa vida passageira o tesouro que é imune à ferrugem e à traça. Como não ser grato, por ter como pai, mormente como amigo, um homem tão feliz, um ausente tão presente?...