O olhar tem a velocidade da luz. Instantâneo, fulminante, radiográfico. Por ele flui o pensamento, ainda mais veloz. Quisera o olhar pudesse se acostar ao pensar e ser mais rápido que a luz.
Dos sentidos, o mais misterioso. O olhar fita, filtra, traduz em cores o que capta a íris. E pelo espectro mágico se faz pensamento, impressão, emoção. Tudo é bom quando é bom o olhar, já dizia Jesus.
O tato deleita. Gosto e olfato também. O que se ouve, então… a música, o canto dos pássaros, do mar, da brisa, da chuva. Chuva!
O pensar como intuição é nosso sexto sentido. E que velocidade tem a inspiração! Ganha da luz. Imagine sentar-se nos anéis de Saturno e de lá ver a Terra, a Lua. O olhar que fulgura no sonho. O olhar de dentro, que imagina, reflete, olhar que voa!
Na cena de um certo filme, surgiu um vaso com uma planta murcha, seca. Mas o vaso era lindo, tinha arte, cor. De nós dois vieram expressões simultâneas, instantâneas, rápidas como a luz: - “Que pena”... E o outro: — “Que vaso lindo!” Um olhar compadeceu-se da planta, quase morta, dependurada pela textura da bela cerâmica. Não viu o vaso. O outro preferiu a beleza do design, da forma, quem sabe a se proteger da tristeza da planta, do outro olhar. São formas de sentir, de perceber. Espontâneas, repentinas, mais velozes que a luz.
É impossível medir a velocidade que pensa. Dizem os mentores, através dos médiuns, que os espíritos se locomovem com a rapidez do pensamento. Que maravilha. Se pesado pelo corpo, gosto de viajar, imagine como leve andarei pelo mundo quando em alma sem carne estiver...