Saudade,
esse poro transpirando para dentro da memória um infinito perdido que simplesmente fica naquele lugar que pinica e diz do cheiro dos que me amaram antes que eu pudesse perceber que existe a ausência
esse poro transpirando para dentro da memória um infinito perdido que simplesmente fica naquele lugar que pinica e diz do cheiro dos que me amaram antes que eu pudesse perceber que existe a ausência
Chega um momento
em que toda saudade
parte junto com o poema.
Cada ilhéu trás uma concha
guardada a sussurrar saudades.
Não se leva ao fogo
o que se mostra extinto.
Para tudo existe um peso,
uma medida
e uma visão distorcida.
A esperança
é uma simples questão
de instinto de sobrevivência.
A eternidade
é uma metáfora
que já não me ilude.
Em que pese aos malefícios para o corpo,
arrasto comigo a consciência
de minha insignificância.
O indicador voltado para deus
- meu vazio particular,
despido de soberba e culpa.
Soluços e baba
dizem da metafísica.
O nada
É um cansaço
Que dá sono.
O que fazer
com instantes
que insistem em chegar dissipando ilusões?
Não se ruminam os sonhos.
Eles se costuram
e crescem...
Há de se desprender algo
de asa que rufle.
A verdadeira clandestinidade
a gente pratica simplesmente mantendo-se vivo.
Ficar: o propósito dos cantos empoeirados.