Esse pássaro, que no Brasil pousou em 1921, já teve três filhotes no mesmo ninho. Diminuiu a prole em 1985 para de melhor modo se adequar ao conceito da família moderna.
Trata-se de um tordo, ao que li, ave da família “Turdiae”, possuidora de uns 300 ramos na Europa, África e América. No nosso céu tropical, voa com as asas do sabiá. Mais para cima, rumo ao Norte, com as do rouxinol.
Seu primeiro ninho tem uma história de muitos anos. Nasceu com o brasão da família do químico Henri Nestlé, o homem que em 1865 inventou a fórmula da farinha láctea ao misturar leite de vaca, farinha de trigo e açúcar, o primeiro produto desta que é hoje uma das maiores indústrias alimentícias do mundo.
Contam que Henri dispôs-se ao invento para salvar a vida de uma criança raquítica. E que fez isso, modestamente, nos fundos de uma farmácia em Vevey, na Suíça. Estava criado, então, o primeiro alimento infantil de uma empresa que daria o pulo do gato em 1915 ao se unir à Anglo-Swiss Condensed Milk fabricante, também, de comida para bebês.
A primeira fábrica da Nestlé no Brasil, destinada à produção do Leite Moça, surgiu em Araras, São Paulo. Mas a indústria já era por aqui conhecida desde 1876 em razão de importações da farinha láctea. A marca passou do brasão familiar para o ninho com três filhotes em 1875 e, com apenas dois deles, 110 anos depois.
Fusões sucessivas ao longo do tempo renderiam à Nestlé o mercado mundial de alimentos. O leque de produtos, além da farinha láctea, leite em pó, leite condensado e achocolatados, abrange, ainda, hoje em dia, biscoitos, iogurtes, balas, sorvetes, cereais matinais, café e ração para cachorro e gatos.
E fica a lição. Vocês, meu companheiro e minha companheira, nunca percam a fé na empresazinha gestada no fogão, ou no fundo do quintal. Perguntem ao velho Henri.