Com raízes familiares ligados à política ao tempo do Império, em meados do século XIX, o advogado João Dantas, cunhado de João Suassuna, tinha parentes atuando na política com prudência, inclusive, na recém implantada República.
Cedo foi estudar em Recife, base de sua atividade de observador junto a grupos que movimentavam a Faculdade de Direito na capital pernambucana, em princípio do século XX. Gestos comuns entre jovens que frequentavam aquele centro do saber jurídico, onde se edificava elevados conhecimentos sobre as Artes, as ciências jurídicas e sociais, sendo que alguns impunham bandeiras da política.
Cedo foi estudar em Recife, base de sua atividade de observador junto a grupos que movimentavam a Faculdade de Direito na capital pernambucana, em princípio do século XX. Gestos comuns entre jovens que frequentavam aquele centro do saber jurídico, onde se edificava elevados conhecimentos sobre as Artes, as ciências jurídicas e sociais, sendo que alguns impunham bandeiras da política.
Em outra vertente familiar, a ascensão de Epitácio Pessoa ao estágio maior da política na Paraíba, com aliados sequiosos pelo poder, nasceu no rastro do golpe que derrubou a Monarquia. Juntando-se ao comando político imposto pelo governo implantado à base da baioneta, foi a partir daí que passou a indicar candidatos. Foi “coronel” que manuseou a eleição de chefes do Executivo e deputados durante mais de duas décadas, principalmente entre 1915 a 1930, mas cedo começou o distanciamento junto à família Dantas, que tinha base eleitoral na região de Teixeira, no Sertão, e adjacência.
Como naquela época as divergências políticas fortemente adentravam nas searas familiares, quando chegou ao governo, João Pessoa, sobrinho de Epitácio, carregava o ranço das desavenças do passado. Para atingir seus adversários, investiu de todas as maneiras contra João Dantas, afoito e destemido advogado. Nesse campo de agressividade, respingou profundamente no antigo aliado dos Pessoas, João Suassuna, casado com a prima de Dantas, Rita de Cássia.
Para atingir Dantas, que publicava artigos na imprensa pernambucana que desagradavam a política praticada em sua terra, no governo, João Pessoa passou a atacá-lo nas páginas do jornal A União, órgão de imprensa mantido pelos cofres públicos. Artigos e notas que adentravam na intimidade familiar de desafeto, o que fez acender o ódio entre ambas famílias.
Lembremos que as duas famílias – Dantas e Pessoa – disputavam espaços na política da Parahyba, sendo Epitácio foi quem abriu esses os caminhos com a implantação da República, em 1889, visto que tinha aproximação com o marechal Floriano Peixoto, mentor do golpe que escorraçou das terras brasileiras a Família Real. E os Dantas atuavam na política a partir da segunda metade do século XIX.
As desavenças entre João e as famílias Dantas e Suassuna começaram antes de 1930, ao tempo das conversações para indicar candidato ao comando maior da administração do Estado, e ganhou fôlego quando Epitácio resistiu a indicação do nome de Júlio Lira, apresentado por Suassuna para concorrer ao cargo eletivo. Ele tinha a certeza de que, com a ascensão de Lira à presidência do Estado, significaria uma ruptura no seu comando político, que iniciou com a chegada dos republicanos ao poder central.
As agressões recíprocas culminaram com os assassinatos de ambos e de parceiros dos mesmos ideais, sobretudo das famílias Dantas e Suassuna, que foram as mais atingidas.
Todo o período da República na Paraíba, até aos incidentes de 1930, ainda tem muita coisa para ser explicada e estudada.