O escritor russo Leon Nicolalevitch Tolstoi (1928-1910) relata a seguinte história que, ao longo dos tempos, emociona as sucessivas gerações:
Um aldeão russo, muito devoto, pedia constantemente em suas orações que Jesus viesse visitá-lo na sua humilde choupana. Na véspera de Natal sonhou que o Senhor iria aparecer-lhe, e, teve tanta certeza da visita que, mal acordou, levantou-se começou a por a casa em ordem para receber o hóspede tão esperado. Uma violenta tempestade de granizo e neve acontecia lá fora e o aldeão continuava com os afazeres domésticos, cuidando também da sopa de repolho, que era o seu prato predileto. De vez em quando ele observava a estrada, sempre à espera.
Decorrido algum tempo, o aldeão viu que alguém se aproximava, caminhando com dificuldade em meio a borrasca de neve. Era um pobre vendedor ambulante, que conduzia às costas um fardo bastante pesado. Compadecido, saiu de casa e foi ao encontro do vendedor. Levou-o para a choupana, pôs sua roupa a secar ao calor da lareira e repartiu com ele a sopa de repolho. Só o deixou ir embora depois de ver que ele já tinha forças para continuar a jornada.
Olhando de novo através da vidraça, avistou uma mulher na estrada, coberta de neve. Foi buscá-la e a abrigou na choupana. Fez com que sentasse próxima à lareira, deu-lhe de comer, embrulhou-a em sua própria capa… Não a deixou partir enquanto não readquiriu forças suficientes para a caminhada.
A noite começava a cair… E nada de Jesus!
Já quase sem esperanças, o aldeão foi novamente à janela e examinou mais uma vez a estrada coberta de neve. Distinguiu uma criança e percebeu que ela se encontrava perdida e quase congelada pelo frio… Saiu mais uma vez, pegou a criança, levou-a para a cabana. Deu-lhe de comer e não demorou muito para que a visse adormecida ao calor da lareira.
Cansado e desolado, o aldeão sentou-se e acabou por adormecer também junto ao fogo. Mas, de repente, uma luz radiosa iluminou tudo! Diante do pobre aldeão, surgiu risonho o Senhor, envolto em túnica branca.
— “Ah! Senhor! Esperei-o durante o dia inteiro e não aparecestes, lamentou-se o aldeão!…”
E Jesus Senhor lhe respondeu:
— “Já por três vezes, hoje, visitei a tua choupana: o vendedor ambulante que socorreste, aquecestes e destes de comer, era eu. A pobre mulher a quem destes a capa, era eu. E essa criança que salvastes da tempestade também sou eu. O bem que a cada um deles fizestes, a mim mesmo o fizestes!”
Decorrido algum tempo, o aldeão viu que alguém se aproximava, caminhando com dificuldade em meio a borrasca de neve. Era um pobre vendedor ambulante, que conduzia às costas um fardo bastante pesado. Compadecido, saiu de casa e foi ao encontro do vendedor. Levou-o para a choupana, pôs sua roupa a secar ao calor da lareira e repartiu com ele a sopa de repolho. Só o deixou ir embora depois de ver que ele já tinha forças para continuar a jornada.
Olhando de novo através da vidraça, avistou uma mulher na estrada, coberta de neve. Foi buscá-la e a abrigou na choupana. Fez com que sentasse próxima à lareira, deu-lhe de comer, embrulhou-a em sua própria capa… Não a deixou partir enquanto não readquiriu forças suficientes para a caminhada.
A noite começava a cair… E nada de Jesus!
Já quase sem esperanças, o aldeão foi novamente à janela e examinou mais uma vez a estrada coberta de neve. Distinguiu uma criança e percebeu que ela se encontrava perdida e quase congelada pelo frio… Saiu mais uma vez, pegou a criança, levou-a para a cabana. Deu-lhe de comer e não demorou muito para que a visse adormecida ao calor da lareira.
Cansado e desolado, o aldeão sentou-se e acabou por adormecer também junto ao fogo. Mas, de repente, uma luz radiosa iluminou tudo! Diante do pobre aldeão, surgiu risonho o Senhor, envolto em túnica branca.
— “Ah! Senhor! Esperei-o durante o dia inteiro e não aparecestes, lamentou-se o aldeão!…”
E Jesus Senhor lhe respondeu:
— “Já por três vezes, hoje, visitei a tua choupana: o vendedor ambulante que socorreste, aquecestes e destes de comer, era eu. A pobre mulher a quem destes a capa, era eu. E essa criança que salvastes da tempestade também sou eu. O bem que a cada um deles fizestes, a mim mesmo o fizestes!”
Trata-se de uma bela história que nos dá a oportunidade de refletir a respeito dos benefícios da Lei de Amor pela prática da caridade, ensinada por Jesus como sendo o Maior ou o Grande Mandamento: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, com toda a tua força e de todo o teu entendimento; e a teu próximo como a ti mesmo. (Lucas, 10: 27) 2 Orientação messiânica que Allan Kardec pondera a respeito: “ Caridade e humildade, tal o único caminho da salvação. Egoísmo e orgulho, tal o da perdição. […], Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se encontram resumidos nesta máxima: Fora da caridade não há salvação. 3
O personagem da história de Tolstoi demonstra irrestrita certeza de que Jesus o visitaria. Assim, após as preces, organiza-se para a recepção do amado visitante: limpeza e arrumação da moradia, preparo do alimento favorito, aquecimento da residência etc. Tudo isso, porém, não o impede de agir com compaixão e solidariedade ao atender pessoas necessitadas de auxílio que, aparentemente, surgiram por acaso naquele dia: socorre prontamente o pobre vendedor que se encontrava subjugado pela nevasca, providencia a secagem de suas vestes e lhe oferece um prato de sopa; atende gentilmente uma mulher desabrigada, oferecendo-lhe alimento e segurança no lar; por último, socorre amorosamente uma criança perdida, quase congelada de frio, prestando-lhe os cuidados imprescindíveis à sobrevivência.
As ações do humilde aldeão demonstram como deve ser o comportamento do verdadeiro cristão, que jamais deve se afastar do propósito auxiliar o próximo, de acordo com as próprias possibilidades. Em nenhum momento aquele cristão especula como e porque aquelas pessoas chegaram ali, de onde vieram e para onde iriam. Dispõe-se a servi-los, oferecendo-lhes o melhor do que possuía, ainda que o seu coração e a sua mente guardassem a expectativa da visita do Senhor.
Ele, simplesmente, fez o bem!
A história nos transmite a oportuna lição de que, todos os dias, Jesus nos visita por intermédio dos inúmeros necessitados, encarnados e desencarnados, que transitam no mundo, rogando amparo e proteção.
É a lição que ecoa nessa tocante mensagem sobre a caridade, imortalizada por Paulo de Tarso:
Hino à Caridade
Ainda que eu falasse línguas,
as dos homens e a dos anjos,
se eu não tivesse a caridade, seria como o bronze que soa
ou como o címbalo que tine.
Ainda que tivesse o dom da profecia,
o conhecimento de todos os mistérios
e de toda a ciência,
ainda que tivesse toda a fé,
a ponto de transportar montanhas,
se não tivesse caridade,
nada seria.
Ainda que distribuísse todos os meus bens aos famintos,
ainda que entregasse meu corpo às chamas,
se não tivesse caridade,
isso nada me adiantaria.
A caridade é paciente,
a caridade é prestativa,
não é invejosa, não se ostenta,
não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
A caridade jamais passará.
Quanto às profecias, desaparecerão.
Quanto às línguas, cessarão.
Quanto à ciência, também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado,
e limitada é a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeição,
o que é limitado desaparecerá.
Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Depois que me tornei homem,
fiz desaparecer o que era próprio da criança.
Agora, vemos em espelho
e de maneira confusa,
mas, depois, veremos face a face.
Agora o meu conhecimento é limitado,
mas, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem fé,
esperança, caridade,
essas três coisas.
A maior delas, porém, é a caridade.