As Tragédias Gregas põem em cena a imperfeição humana. O personagem atua seus conflitos e suas falhas, que levam ao πάθος, ao sofrimento, dele próprio e daqueles a quem está vinculado.
Ájax, como personagem trágico da peça homônima sofocliana, traz em si as características do herói da tragédia. Ele não reflete antes de agir, está deslocado em relação ao seu contexto, sua trajetória está impregnada de ações desmedidas, se deixando tomar pela soberba e pela ira. Suas ações, movidas pelo princípio do prazer, tendo na base as representações ideativas das pulsões do Id, frustram-se ao se deparar com a realidade que se impõe. E nesse movimento entre processos internos e acontecimentos externos, Ájax é o típico herói trágico, que se vê diante de aporias, sem saída para o seu conflito.
Ájax, como personagem trágico da peça homônima sofocliana, traz em si as características do herói da tragédia. Ele não reflete antes de agir, está deslocado em relação ao seu contexto, sua trajetória está impregnada de ações desmedidas, se deixando tomar pela soberba e pela ira. Suas ações, movidas pelo princípio do prazer, tendo na base as representações ideativas das pulsões do Id, frustram-se ao se deparar com a realidade que se impõe. E nesse movimento entre processos internos e acontecimentos externos, Ájax é o típico herói trágico, que se vê diante de aporias, sem saída para o seu conflito.
Ele, imbuído dos valores heroicos individuais, daquele que busca a glória imortal no campo de batalha, se vê agora condenado, pois tivera a sua τιμή, a honra guerreira, manchada. Fora preterido ao perder as armas do grande Aquiles para Odisseu. Nesse momento, comete o erro trágico de decidir matar os companheiros de armas, os Atridas e Odisseu, tomado pela ira. A deusa Atena intervém, e ele, em ato de loucura, de maneira bárbara mata o rebanho da tropa destinado para a alimentação da tropa e para os sacrifícios aos deuses.
No ápice da sua angústia, sintoma que responde à sua inadequação com o mundo, ele se suicida, como saída honrosa a tanta desonra e dor. Nesse ato de sacrifício, ele busca a honra que o seu passado de descomedimento em relação aos deuses, Ύβρις comprometeu, levando-o à αμαρτία, ao erro trágico de, imbuído de ira, atentar contra os pares, a ele ligados pelos laços religiosos. Suicida-se com a espada do grande herói troiano Heitor, que lhe foi dada como símbolo de honra guerreira em combate singular nos campos de Troia. Indiretamente, pois, sendo morto pelas mãos deste herói, obtém, mesmo que tangencialmente, a 'bela morte'.
Diante da aporia posta por sua inadequação com o mundo, o princípio da realidade choca-se com o princípio do prazer, gerando dor e angústia, sintomas que o levam ao suicídio.