Belle de jour não, não é catherine de novo em busca de bordéis para saciar a sede secreta de buñnuel é juliana, sim, bela ...

À luz da lamparina

poesia paraibana linaldo guedes
Belle de jour
não, não é catherine de novo em busca de bordéis para saciar a sede secreta de buñnuel é juliana, sim, bela na tarde cajazeiras; bela na tarde capital remake do que ainda está por vir: surrealismo cinematográfico - quadro de dali em rascunho eterno juliana, que caminha nas tardes , inconscientes de sua beleza em primeiro plano, seu sorriso no the end, o silêncio e o sertão dialogam para que o litoral reverencie suas maçãs secretas : ela, protagonista de um filme de almodóvar.
Invídia
(para Luciano Andriola) “Noirs dans la neige et dans l abrume, Au grand soupirail qui s´allume, Leur culs em rond” (Arthur Rimbaud) “Sente-se bem que para eles ali na feira os balões de cor são a única mercadoria útil e verdadeira indispensável” (Manuel Bandeira) nunca conseguira entender a ausência de pão (enquanto lombrigas roncavam pratos vazios no chão) mas nunca conseguira entender mesmo era a ausência daquele caminhão que seu primo cobria de tanto mimo um caminhão vermelho com sirene dos bombeiros movido à pilha, em movimentos pela sala bem decorada vai e vem brilhando nos olhos daquelas alegres manhãs e o menino conformado com o ronco ausente de seus carrinhos de rolimã.
(a) Caba (que é)
marcado sou um homem marcado marcado para doer gado preso no curral quando não, abatido comendo baudelaire na erva daninha de meu capim.
Natinha
natinha fez uma canção para ela sem medo da cuca vir pegar natinha é a própria canção canção de ninar mitos e gurus canção de ninar vermelhos e azuis canção para ninar tons e aquarelas natinha e a sua canção dedilhando no violão todos os sons desconhecidos do mundo e a vida fazendo cordas na poesia do seu coração.
Lamparina
(para Tereza Andrade) querosene consumindo-se na consumação do fogo lembra o canto das cigarras na boca da noite quando era light imaginar seu cruzar de pernas.
Luz del fuego
à luz da lamparina os livros tinham mais letras - leitura removendo vírgulas remoendo pedras : carro de boi em silêncio noturno (meninas de anáguas e apelos restos de réstias na parede) à luz da lamparina o sítio era sempre maior quanto maior fossem as páginas de sonho - sem marca-livros na memória - com incêndios fátuos no vão das coxas.

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