Este lugar não proporciona crescimento. Sou um residente sem lar. Comecei a partir no parto de minha mãe. Disse adeus, e já prometendo se...

A caverna do Leão

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Este lugar não proporciona crescimento. Sou um residente sem lar. Comecei a partir no parto de minha mãe. Disse adeus, e já prometendo ser o filho pródigo que não voltará. Tanto desafeto faz minha vida intelectual retroceder. Descanso os meus sofreres na palavra, na tentativa de não ficar amargo e cristalizar o pior de mim. Sorrisos não me são mais familiares. O parentesco se estabelece. Todos os laços, menos o sanguíneo, se desatam. Espero pelo momento de síntese para pôr os valores, definhados, na balança.

Como é estranho contrastar o passado com o presente e aguardar um futuro. Essas contrações interiores não me paralisam, mas não nego o temor. A gente acorda e se sente como o menino que derrubou todos os jarros da casa, quando, na verdade, só queria limpá-los.
Não desisto tão fácil de quem amo – porém, o que era diamante virou cascalho e o cascalho virará barro. Temo a lama. Creio no espaço das estrelas.

Já entendi que não há incoerência nas atitudes humanas, que todos agem conforme a sua história. Mas, a história pode ser reescrita, certo? Por que não passar a limpo o trecho desagradável? Descansar mais nas palavras para trabalhar melhor nas ações. A contemplação é característica dos sábios. Precisamos aprender a tática do inimigo antes de entrarmos em combate.

Não quero me tornar uma pessoa que se revestiu na vida acadêmica, quando na verdade, só desejava ser amado. Por isso, é preciso estar em dia com os afetos. Vou fingir não ter coração? nsia não deve se misturar com carência afetiva. Tampouco transformar as garras em ganância. É muito comum nós nos convertermos de perseverantes a arrogantes. Tenho constantemente esse cuidado. Ter ciência das minhas capacidades não me dá o direito de desdenhar do outro, como também não é correto saber que sou frágil e me revestir dum espírito de vítima e mendigar atenção alheia. Tem gente que é viciada em pedir esmola enquanto tem condições para lutar.

Há fardos que nós só percebemos carregar quando nos livramos. Viver na zona de conforto é permitir o enfraquecimento da musculatura, da nossa agressividade salutar. É melhor viver com um espinho na carne do que ser encosto na vida dos que nos rodeiam. Quantas vezes nós não temos problemas, mas a indisposição do outro, que se faz de coitado, que vive com desculpas, com imaturidade emocional, nos atinge?

Não forçarei respostas às minhas perguntas. Mas, tenho obrigação de aprender a viver com as minhas circunstâncias. Sou e para sempre serei um satisfeito inconformado. E aprenderei a sair de cena toda vez que for necessário. Não será de imediato. Retirarei o rompante juvenil do qual rapidamente me armo e atiro sem mirar. E sem mirar corro o risco de atingir todo mundo com minhas frustrações.

Aprenderei a viver sem esperar tantos resultados. Aproveitarei o processo; pode ser que seja mais essencial que a conclusão. Só não poderei acabar antes de começar a construção do meu lar. Neste, estará o que guardei. Somos o que guardamos.

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