O mercado de trabalho no Brasil experimenta uma realidade preocupante: jovens se adaptando a condições de sub-emprego, sem registro na CLT e com baixa renda. Vivendo de “bicos”, passam a integrar o grande número dos que estão envolvidos nas atividades que ficam à margem da formalidade. É um efeito atrasado da crise econômica que atinge o país nos anos recentes, alcançando fortemente a juventude.
A situação se agrava quando não se consegue enxergar saídas a curto prazo, pairando um clima de incertezas quanto ao futuro da nossa economia. As mudanças promovidas na CLT geraram insegurança jurídica, tanto no lado do empregador, quanto do empregado. As relações de trabalho foram precarizadas.
Na falta de emprego, os jovens se desdobram em vários trabalhos, como autônomos, buscando compor a renda. A quantidade de brasileiros vivendo de “bicos” é a maior da história. A verdade é que muitos não conseguem ocupar o espaço no mercado de trabalho de acordo com a sua formação ou com os seus propósitos de vida. O excesso de trabalho, em alguns casos, chega a ser considerado quase escravidão.
O fato é que, além das preocupações com a pandemia, cujo vírus circula entre nós desde o ano passado, o desemprego tem sido o drama que angustia a população brasileira na atualidade, ao criar chagas sociais que nos causam desassossego. O governo precisa dar sinais de alguma eficiência para gerar confiança na sociedade e acelerar a geração de emprego.