Eu criaria um Céu se nele coubessem as minhas asas,
Mas os sonhos dos homens
que recolho, que abraço, precisam de um mundo que se expande aos limites do descabido
Por isso a queda no inominável da ausência,
a frustração de me vender ao vento,
de tombar perante o branco
da página, do não escrito,
desse eterno retorno ao desespero.
(poema inédito)
As cores amanhecerão diferentes
na tarde de tua lucidez.
Cada manhã traz consigo uma nova geografia.
Acorda-se do último sonho
em uma esquina vazia.
No desespero, buscou o refúgio das ruas,
com suas casas e prédios
a dar sentido às calçadas.
Restará sempre a dúvida:
em que pernas
poderemos apoiar esta existência sem sentido?
A máxima lucidez
são estes tentáculos
que te assombram.
O olhar
perdido na ausência
é insubornável.
Toda incerteza procura
o aconchego das sementes.
Já observaste,
mesmo quebrada a cruz,
sempre resta um pouco
de fé em nossas mãos.
Excetos do livro Breviário dos Olhos