Não há seringueiras na Rua das Seringueiras, assim como não existem imburanas na Rua das Imburanas ou pinheiros na via batizada com o nome da árvore simbólica do Natal. A exceção deve ser as castanholas na Rua das Castanholas, já que essas plantas parecem se adequar a qualquer espaço pelas vias da cidade.
Uma pena não encontrar as belas cerejeiras no logradouro que homenageia a planta símbolo do Japão. Decepcionante também não descobrir um lugar cheio de flores na Rua das Flores. Afora o nome poético, a foto revela um lugar comum. Na minha imaginação ela estaria cheia de casinhas coloridas ornadas por flores de cores variadas como rosas, cravos, margaridas e tantas outras.
Por muito tempo também me questionei quanto à validade de ter morado na Rua da Prosperidade, pois, durante anos o cenário do lugar pouco mudou, quanto mais prosperar. O mesmo vale para a Rua do Progresso. A Rua do Trabalho também não fazia muito sentido. Era voltada para o terreno cheio de mato de uma granja quase sem movimento de pessoas e até mesmo bichos. Na Rua dos Industriários não moravam industriários, no máximo, algum operário.
Que, pelo menos, seja tranquila a Rua da Paz e iluminada a Rua da Luz. Que a da Amizade tenha ao menos dois vizinhos que sejam fraternos. E, mesmo sem existir um arco-íris particular, que a Rua do Arco-Íris seja presenteada com muitas cores no céu. Da Colina, que corram bons ventos para a Rua da Brisa e boas águas na via batizada de Encontro de Rios.
Será límpida ou poluída a Rua do Rio? Ou nem mesmo um rio ali exista.
Fica o desejo que a Liberdade seja uma avenida por onde passem homens livres. E se torne real, ao menos para seus moradores, a Rua da Felicidade. Expectativa faz bater mais forte a Rua do Coração.