Inaugurado a 30 de março de 1919, o novo edifício se constitui na grande atração da cidade. Plenamente adequado aos fins a que o esteta-Presidente o destinara: acolher a graça e a fineza espiritual da Paraíba representada pelas futuras normalistas.
Beleza a que não podia faltar, como na vida mesma, o seu contraponto de tragédia. A de Sady Castor e Ágaba, trazida à luz por Deusdedit Leitão.
Ágaba
Sady
A direção da escola havia proibido que as alunas conversassem com estranhos à entrada do edifício. Para pôr em prática a medida proibitiva, foram colocados alguns guardas civis ao longo da calçada. Na tarde de 22 de setembro de 1923, o aluno do Lyceu, Sady Castor, tenta aproximar-se da escola esperando encontrar a noiva Ágaba Medeiros, que era aguardada à saída das aulas.
O guarda, de número 33, adverte o estudante da proibição imposta pelo diretor, o que motivou sério incidente, tendo o guarda abatido a tiros de revólver o jovem liceano. A cidade se revolta, o governo é responsabilizado pela tragédia, surgindo em defesa do sentimento popular a atuação do advogado João da Mata, que impetra ordem de habeas-corpus para anular a proibição.
A medida é concedida, intensifica-se a agitação e o Presidente Solon de Lucena suspende as aulas da Escola e do Lyceu por quinze dias. Mal decorre esse prazo, Ágaba suicida-se. A Paraíba cobre-se de luto. Jornalistas, poetas e romancistas convertem a cidade num palco shakspereano.
As canetas mais inspiradas, de Eudes Barros a Carlos Dias Fernandes, ateiam mais emoções ao trágico momento vivido pela juventude e pela família paraibana. A arquitetura da escola ganha 'mais um traço, o da dramaticidade. A retreta da Praça Comendador Felizardo - que viria tornar-se a Praça João Pessoa - passa a tocar a Valsa de Ágaba, com música de Camilo Ribeiro e letra de Eudes Barros.
Agradecimentos:
Jornalista Frutuoso Chaves ▪ UFPB ▪ TJPB
Jornalista Frutuoso Chaves ▪ UFPB ▪ TJPB