Existo em minhas memórias

 

 

 

I

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Mais poeta de hábitos que de versos, busco levar minha vida ordinária, construindo poemas submersos, esperando que um dia cheguem à praia...

II

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Só me apego a lembranças, às minhas velhas histórias... Sendo um ser sem semelhanças, existo em minhas memórias.

III

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Buscando o que pudesse ser riqueza, o Mundo ficou sujo e barulhento; hoje, logrados em nossa avareza, sonhamos com outro Renascimento.

IV

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Sobreviver num mundo tão insano é só para quem for mesmo especial... Tirar o sublime do cotidiano não é tarefa pra qualquer mortal.

V

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Um ano de resistência com meus princípios – e inteiro! Ganhou minha consciência ante a opressão do dinheiro.

VI

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Falar de ideologia?! Não importa mais pra mim. Meu básico de todo dia: ter os princípios por fim.

VII

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O homem de bem rendido, no ringue, sempre nas cordas, humilhado e ofendido pelo poder dos calhordas...

VIII

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João Pessoa deu as costas, abandonou um tesouro, fez suas idas sem voltas, esqueceu o Varadouro.

IX

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Tão bela, tão maltratada, é a minha João Pessoa. Um dia, ressuscitada, será a nossa Lisboa.

X

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Na Capital, me confino em restos de meu passado; é este o triste destino do aqui nascido e criado.

▪ Do livro PS em poucas letras, a ser lançado

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