A civilidade é um comportamento cada vez menos praticado nos tempos atuais. A sociedade contemporânea não encara mais como importante cumprir as normas que garantam um bom convívio entre as pessoas. Valores e princípios são desconsiderados nas condutas dos indivíduos na vida social. Estamos perdendo o espírito harmônico que deveria existir nas relações humanas.
Quando falta civilidade nas relações pessoais deixa-se de exercer a cidadania de forma saudável. E assim preponderam atitudes voltadas para a violência e a delinquência. As conveniências ditadas pelo egoísmo passam a ser determinantes para o agir individualmente, desprezando o sentido fraterno do respeito mútuo. Se os interesses individuais forem colocados acima das demandas coletivas, observa-se a diminuição da civilidade.
Está sendo muito comum testemunharmos grosserias por palavras e atos na convivência social. Especialmente quando das comunicações exercidas nas redes sociais, onde muitas vezes o anonimato estimula as agressões gratuitas e as manifestações de descortesia. A intolerância passa a ser frequente nos contatos, fazendo desaparecerem a camaradagem e a familiaridade entre pessoas próximas.
Há os que vêem a civilidade como uma mentira social e argumentam que preferem ser autênticas, espontâneas, sinceras, ainda que provocando incômodos ou desagrado a outras pessoas. Entendo que a sinceridade é algo que devemos valorizar sempre no nosso comportamento, mas que seja feito sem afetação, sem artificialidades, e, principalmente, levando em conta a necessidade de fazê-lo com delicadeza, educação, afabilidade. A espontaneidade precisa ser controlada em muitas ocasiões. Jamais permitirmos ser guiados pelos instintos.