No deserto que estamos, vejo tantos com dificuldades inúmeras para continuar. São tantas sedes, nos impondo sofrimento e dor. A ...

Um copo d'água, por favor

No deserto que estamos, vejo tantos com dificuldades inúmeras para continuar. São tantas sedes, nos impondo sofrimento e dor. A paralisia do isolamento obrigatório, tem transformado o “tempo”, tantas vezes desejado, em verdadeiro prisioneiro da incapacidade. A intolerância, já faz morada em nós. A inércia, se transformou na melhor amiga. A mente e o corpo, sentem sede do ir e vir livremente. Sede de se deixar ser. Sede de ter o abraço, e o afago. Sede de se permitir sentir e ouvir, de pertinho. Sede de se despir dos sentimentos, olhar as palavras e ouvir os olhos. Um copo d’água, por favor! Um copo d’água de compreensão e de amor, para matar essa sede causada pelo terror da solidão. Um copo d’água de amizade e paciência, para matar essa sede causada pela carência da bondade. Um copo d’água de companheirismo e cumplicidade, para matar essa sede causada pela falsidade dos usuários do oportunismo. Um copo d’água de respeito e sinceridade, para matar essa sede causada pelos que vivem na mediocridade, sem ter a coragem de ser o que é , de mostrar o quê realmente sente, para não perder benefícios recebidos. Um copo d’água de serenidade e sabedoria, para matar essa sede causada pela obscuridade da fantasmagoria. Um copo d’água de afeto e gentileza, para matar essa sede causada pela crueza do afastamento. Um copo d’água, por favor!

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  1. Ana Paula Ramalho, belíssima reflexão!
    Deus te permita sempre a luz.

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