A História revela que nenhuma teoria científica nasceu completa. Por mais bem elaborada que tenha sido é submetida a revisões periódicas ...

Evolução centrada nos genes

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A História revela que nenhuma teoria científica nasceu completa. Por mais bem elaborada que tenha sido é submetida a revisões periódicas ou revogada totalmente. Neste aspecto, é costume dizer que, em Ciência, não há o “sempre” nem o “jamais”. Percebemos, no entanto, que se há assuntos facilmente resolvidos pelos estudos científicos, tal não ocorre com outros. Entre estes, o tema evolução se enquadra perfeitamente,
G. Richmond,1840
pois conta com significativo acervo de informações, acumuladas ao longo do tempo.

Entendemos que a forma mais adequada de estudar os mecanismos da evolução é desenvolver visão panorâmica do tema, adquirida pelo conhecimento dos seus pontos essenciais. Para tanto, é preciso agrupar as principais teorias difundidas pela Academia, que basicamente são quatro:

a
⋮ evolução centrada nos genes – comentada neste texto –, que incorpora conceitos definidos por Charles Darwin em seus trabalhos sobre a evolução das espécies;

b
⋮ evolução epigenética que considera a transmissão de informações pelas células;

c
⋮ evolução por transmissão comportamental de informações, ou a do aprendizado social;

d
⋮ evolução exclusiva da espécie humana, fundamentada nos processos de aquisição e desenvolvimento da linguagem.

O aprendizado a respeito da evolução biológica, centrado na hereditariedade (ou nos genes), foi mais bem equacionado a partir do século vinte, em razão dos conhecimentos adquiridos sobre uma molécula orgânica simples: ácido desoxirribonucleico (ADN, em português) ou DNA (em inglês: deoxyribonucleic acid). Grande avanço científico ocorreu quando a estrutura molecular do DNA foi decifrada como constituída de dupla hélice, em decorrência das pesquisas do pesquisador estadunidense James Watson e do britânico Francis Crick, em 1953, e que lhes valeu o Prêmio Nobel de Medicina de 1962.

Foi uma descoberta que marcou a era da biologia molecular no Planeta, condição que se revelou imprescindível para os estudos posteriores dos processos evolutivos. O DNA é encontrado em todos os seres vivos do Planeta, exceto em alguns vírus, fazendo parte de uma estrutura denominada cromossoma, situada no núcleo das células evoluídas ou eucariontes (fungos, protozoários, plantas e animais).

Nas células primitivas (procariontes) das bactérias o DNA está disperso no citoplasma. O número de cromossomos varia conforme a espécie: 32 na minhoca, 44 no coelho, 46 no ser humano, 64 no cavalo, 380 na borboleta, 1.200 na samambaia etc. Os cromossomos possuem, por sua vez, os genes que podem ser genericamente compreendidos como unidades fundamentais da hereditariedade. Cada gene é formado por uma sequência específica de ácidos nucléicos, biomoléculas que contêm a informação genética que poderá ser transmitida às futuras gerações.

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O Espírito André Luiz amplia o conhecimento sobre os cromossomos quando nos fornece esclarecimentos sobre a natureza e a ação desta estrutura celular, afirmando que esta organela não é encontrada, apenas, no plano material, como supõe a Ciência: Os cromossomas, estruturados em grânulos infinitesimais de natureza fisiopsicossomática, partilham do corpo físico pelo núcleo da célula em que se mantêm e do corpo espiritual pelo citoplasma em que se implantam.

Outra informação do Espírito é a de que “os cromossomas permanecem imorredouros, através dos centros genésicos de todos os seres, encarnados e desencarnados, plasmando alicerces preciosos aos estudos filogenéticos do futuro”. Em outras palavras: a morte do veículo físico não destrói as organelas biológicas porque estas fazem parte do perispírito.

Como o perispírito modifica-se com o aperfeiçoamento do Espírito, deduz-se, então, que as informações gênicas são alteradas em cada reencarnação, de acordo com as especificidades do planejamento reencarnatório, independentemente da contribuição da herança genética dos genitores. O estudo do DNA atingiu significativo apogeu com a publicação do esboço do projeto genoma humano, no final de 2001.

Os estudiosos estimaram, à época, que o número de genes distribuídos nos 23 pares de cromossomos da espécie humana seria de 35 mil ou mais. Sabe-se hoje, porém, que este número não deve passar de 20 mil genes, quantidade considerada insignificante, principalmente para os ardorosos defensores da evolução centrada nos genes.

A evolução centrada nos genes é uma teoria respeitada e segura em muitos aspectos. Todavia, revela séria fragilidade ao admitir que todo processo evolutivo biológico é originário dos genes, ignorando que na célula há outras estruturas que
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estão também envolvidas. Neste sentido, André Luiz antecipa as interpretações científicas e ensina: "[...] nos compele a considerar que o transformismo das espécies, como também a constituição de espécies novas, em se ajustando a funções fisiológicas, expansão e herança, baseia-se no mecanismo e na química do núcleo e do citoplasma, em que as energias fisiopsicossomáticas se reúnem."

Já não é possível pensar, como se imaginava há algumas décadas, que cada gene é responsável pela transmissão de apenas um tipo de característica, inclusive as relacionadas à moral e ao caráter. Os modernos estudos apontam em outra direção, identificando diferentes fatores que agem em conjunto com os genes. Esclarecem, a propósito, as docentes Eva Jablonka, da Universidade de Tel Aviv, Israel, e Marion Lambda, da Universidade de Londres, Inglaterra, que os geneticistas já estão falando em redes genéticas compostas, constituídas “[...] de dezenas ou centenas de genes que interagem uns com os outros e, juntos, afetam o desenvolvimento de um determinado traço [genético]”.

Acrescentam também: Isso envolve interações entre vários genes, muitas proteínas e outros tipos de molécula e o ambiente em que o indivíduo se desenvolve. Até onde podemos ver, num futuro próximo ainda não será possível prever qual conjunto de genes interage entre si para produzir um dado conjunto de circunstâncias. "[...] Não podemos mais pensar no gene de DNA intrinsecamente estável e discreto que codifica a informação necessária para produzir uma proteína e é fielmente copiado antes de ser passado adiante." "[...] Além disso, o gene não pode ser visto como uma unidade autônoma – como um trecho específico do DNA que produz sempre o mesmo resultado.

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Se um segmento do DNA produz ou não alguma coisa, o que produz, quando e onde o faz é algo que pode depender de outras sequências de DNA e do ambiente. Neste sentido, a teoria da evolução centrada nos genes, mesmo associada às ideias de Darwin, deve ser considerada de forma genérica, pois não explica a biodiversidade dos seres vivos, nem mecanismos específicos da evolução.

Os cientistas mais coerentes não aceitam que a moralidade de um indivíduo, as suas virtudes, religiosidade ou mesmo certas habilidades, sejam transmitidas por herança gênica. Faz sentido, portanto, o pensamento de Alexandre, conhecido orientador espiritual citado no livro Missionários da Luz, que sabiamente assim se expressa: "[...] O organismo dos nascituros, em sua expressão mais densa, provém do corpo dos pais, que lhes entretêm a vida e lhes criam os caracteres com o próprio sangue; todavia, em semelhante imperativo das leis divinas para o serviço de reprodução das formas, não devemos ver a subversão dos princípios de liberdade espiritual, imanente na ordem da Criação Infinita."

Por isso mesmo, a criatura terrena herda tendências e não qualidades. As primeiras cercam o homem que renasce, desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório, mas também no ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se; as segundas resultam do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma nos círculos benditos da experiência.

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