ACHO que, em todas as épocas, sempre que surgia uma novidade, alguém enaltecia o quão avançado era aquele tempo. Portanto, o que nos surpreende e chamamos de novidade, atualmente, é apenas mais um passo da humanidade e, no futuro, não vamos "achar" tão extraordinário assim.
Toda essa embromação é para justificar a percepção de que o mundo tornou-se uma bela salada de ideias. Muitas “tribos” que andavam escondidas e sem voz conquistaram “seu lugar de fala” e hoje proclamam fervorosamente suas descobertas. Virou uma conflituosa mistura de conceitos, crenças, teorias, verdades e mentiras, propagadas como grandes novidades.
Com duas ou três frases, os "achologistas" explicam, baseados numa dialética supositória, os porquês mais profundos e misteriosos do universo, bastando ao ouvinte um pouco de crença — quase religiosa — para entender.
Comecei a refletir em frente ao espelho (isso que é um “duplo sentido” sem maldade!) sobre como participar desse momento tão profícuo da civilização. Também quero inventar. Também quero acrescentar um “ingrediente” nessa “salada de Babel”.
Mantendo-me nessa linha da “achologia”, posso achar por exemplo, que as cigarras cantam em ré menor... e há quem acredite. Também posso achar que a Terra é quadrada. Por que não, se na matemática até a raiz é quadrada? Acreditar cegamente já é o suficiente para dar início a uma tese de achologia.
Poderia ainda, num ato de ousadia, fundar o M.A.P.A — Movimento de Alternância das Pernas Aflitas. Seria um movimento de luta pela valorização das pernas. Isso mesmo, quem sabe uma ONG que valorizasse nosso primeiro meio de transporte, que foi depreciado e preterido pela primeira roda que apareceu. Inclusive, indignado que estou, quero aproveitar esse espaço para prestar uma homenagem às nossas queridas pernas.
Portanto, encerro esse produtivo pseudocientífico texto e espero que, ao ouvirem a cigarra cantando em ré menor, vocês se lembrem que fui eu quem “achou” isso primeiro.
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