O ambiente conflituoso em que estamos mergulhados, impede a reflexão sobre as nossas ações e sentimentos. O mundo moderno cheio de injustiças e insegurança, faz com que fiquemos enfraquecidos para o despertar da esperança. O egoísmo humano da contemporaneidade promove a indiferença em relação às questões coletivas e ao bem comum. Predomina o lema: “salve-se quem puder”.
Impossível alimentar esperanças quando os corações estão contaminados pelo ódio. Perde-se a capacidade de decidir com racionalidade, porque as emoções se apresentam como determinantes do agir das pessoas. Como ter esperanças num futuro onde, ao invés de se estimular a fraternidade, se incita a violência, o desrespeito, a discriminação? O que esperar de uma sociedade que aplaude a apologia da tortura, aclama as atitudes preconceituosas, desconsidera a necessidade da convivência em termos de igualdade entre os indivíduos, independente de gênero, raça, classe social, preferência sexual, etc.?
Assusta a visão de turbulência social e política que está sendo preparada. Essa conflagração nacional extremada, fragiliza os sinais de esperança que buscamos. Se não houver um armistício, pondo fim às hostilidades políticas, dificilmente conseguiremos viver num país onde todos tenham o mesmo compromisso com o futuro.
O educador Paulo Freire nos ensinou que: “Ninguém liberta ninguém. Ninguém se liberta sozinho. Os homens só se libertam em comunhão.” E o Papa João Paulo II chegou a dizer que “a esperança também tem um dimensão comunitária e social.” Portanto, não será numa atmosfera de discórdia que acenderemos a chama da esperança de um Brasil melhor.