Quando comecei na literatura, existia uma história de que livro que não fica em pé sozinho na estante não tem valor.
Claro, isso tinha a ver com a espessura do livro, não com a qualidade do seu conteúdo. Eu morria de medo de publicar um livro que não chamasse a atenção favorável de ninguém.
Claro, isso tinha a ver com a espessura do livro, não com a qualidade do seu conteúdo. Eu morria de medo de publicar um livro que não chamasse a atenção favorável de ninguém.
Mas meu primeiro livro de poemas foi magro que só eu na época – Os zumbis também escutam blues.
Eu pesava 52 quilos, com 1,80 de altura. Imagina a presepada!
O livro era fininho, fininho, mas até hoje é um de meus preferidos e foi minha carta de apresentação na poesia.
O outro livro – Intervalo Lírico - já veio um pouco mais cheinho em termos de páginas, mas ainda era magro, porque eu, feito menino ruim, continuava sem engordar.
Metáforas para um duelo no sertão – o terceiro – já chegou eu com a barriga querendo virar uma bola dentro da camisa. Talvez por isso seja o livro com mais páginas, bem nutrido de poemas e de folhas.
O quarto – Tara e outros otimismos – falava dos prazeres da carne, e nessas horas não dá para ficar olhando quem é cheinho ou magrinho.
No frigir dos ovos, meus livros acompanharam minhas variações físicas também. Se ficaram em pé na estante? Ora, o bom livro não é para ficar preso em estantes, feito pássaro em gaiola.
Têm que voar mesmo! E os meus voaram, tanto que não tenho mais exemplares deles. Graças a vocês, claro!
Não é segredo para ninguém que estou sempre comprando, ganhando e/ou lendo livros.
Já tive muito apego ao livro enquanto objeto físico, apego aqui no sentido de não querer me desfazer dele.
Hoje já não tenho tanto apego assim e acho que ele deve circular mesmo - após ser lido por um, que seja por outras pessoas.
Só não me desfaço de jeito nenhum de alguns livros clássicos que gosto muito – como Irmãos Karamazov ou O Vermelho e o Negro. Também não me desfaço de livros autografados.
Nos últimos anos, uma outra categoria entrou nesse rol: o de livros de e sobre religiões. É um tema que mexe e muito comigo. Para reflexão e leitura mesmo, não necessariamente pensando em algo (embora não descarte um dia fazer doutorado na área).
Não sou religioso, no sentido de praticar rituais de alguma religião (afora orações cristãs e yoga), mas gosto de estudar e ler sobre o tema.
Gosto mais de ler sobre o Budismo e o Cristianismo. Leio simultaneamente, e diariamente, livros dessas duas doutrinas, inclusive a Bíblia e os sutras budistas.
Mas livros sobre qualquer religião me despertam interesse imediamente. Os mitos e ritos, a teoria e a prática, a história e análise.
É isso!