1 Santos Dumont, ao construir o 14-bis — não havendo, na época (evidentemente) motores para aviões —, serviu-se de um Antoinette V-8, cri...

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Santos Dumont, ao construir o 14-bis — não havendo, na época (evidentemente) motores para aviões —, serviu-se de um Antoinette V-8, criado por Léon Levasseur, no ano anterior, para barcos de corrida.
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Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral intrigou-se com a forma com que carrapichos grudavam nas pernas de suas calças. A partir de observação ao microscópio, notou que o desgraçado é cheio de pequenos ganchos e, ao atentar para as roupas em que ele sempre... se enganchava, o homem sacou que os tecidos são sempre compostos de enorme quantidade de laços, daí que a hastezinha grudava no pano. E assim surgiu o... velcro.

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O que seria do teclado do computador sem o da máquina de escrever?
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Lavoisier foi imortalizado pela frase:

"Nada se perde, nada se cria, nem nas operações da arte nem naquelas da natureza. Tudo se transforma."
"Rien ne se perd, rien ne se crée, ni dans les opérations de l'art, ni dans celles de la nature. Tout se transforme."

Na verdade, essa lei já fora estabelecida por Anaxágoras de Clazomene, na Grécia Antiga, e divulgada em versos por Lucrécio, no século I a. C, no livro "De Rerum Natura" na forma que a consagrou. Ex nihil, nihilo, ele começa. E me lembro de ter lido há séculos, no livro "Força e Matéria", de Luis Büchner:

Do nada, nada vem, Ao nada, nada regressa. A matéria, de girar em círculo Nunca cessa.
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Ariano Suassuna assumia que lançara mão do cordel "A História do Cavalo que defecava dinheiro", de Leandro Gomes de Barros, para uma das cenas mais engraçadas do "Auto da Compadecida".

Os estudiosos apontam outras cento e cinco versões desse lance, vinte e sete apenas hispânicas

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Spielberg não se encabulou ao incluir no filme "A Lista de Schindler" — todo em preto e branco — a garotinha com o capote vermelho, em 1993, mesmo sabendo que... Copolla fizera o mesmo com os peixinhos no aquário do filme "O Selvagem da Motocicleta", em 1983. Aliás, há uma xilogravura de Oswaldo Goeldi, bem brasileira, de 1938, em preto e branco, em que só o peixe é vermelho.

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A suástica – utilizada pelos nazistas, era coisa antiquíssima no Oriente.
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Manet foi buscar seus retratos impressionistas nos de Velásquez, de dois séculos antes do dele.

O mesmo fez Miguelângelo, que foi buscar seus personagens parrudos em Jacopo della Quercia.

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Uma injustiça se comete contra Santo Agostinho, ante a glória atribuída a Descartes — que viveu 1200 anos depois dele — pelo “Penso, logo existo”, que na verdade é seu. Infelizmente — como detectou Bertrand Russell — ele não dera o devido relevo ao genial princípio.

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Na peça “Pigmalião”, de George Bernard Shaw – que deu origem ao musical “My Fair Lady” — um certo prof. Higgins transforma a grossa florista Lisa Doolittle numa mulher refinada... e se apaixona pelo que conseguiu. Isso apenas... modifica e afina a leitura que fazemos da lenda original de Pigmalião, rei de Chipre e escultor, que teria produzido em mármore a mulher ideal, a quem, depois, Afrodite daria vida.

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Não há como não pensar em Davi X Golias ao dar com os embates entre Oliveiros e Ferrabrás, Ulisses e Polifemo, Siegfried e Fafner, São Jorge e o Dragão, Jerry e Tom, Mickey-Mata-Sete e o Gigante.

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Nunca houve um Hamlet na Dinamarca. Shakespeare, como costumava fazer, trabalhava em cima de narrativas já existentes, no caso – por vias tortas — a de Lucius Junius, da antiga Roma, que – ao ter o pai assassinado pelo tio — passara a simular um desequilíbrio mental – o que lhe valeu o apelido de Brutus, que acabou virando nome da família.

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Por essas e outras, não me surpreendeu ver o helicóptero que a NASA levou a Marte, Ingenuity (que, ao contrário do que parece, significa Engenho) me lembrar demais o criado por Da Vinci.

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Todo mundo sabe que o homem de braços abertos erguidos, do "Guernica", é uma citação do homem em igual posição, que há no "Fuzilamentos do 3 de maio", de Goya.

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O verso “As armas e os varões assinalados” – que abre os Lusíadas — é o mesmo “Arma Virumque Cano”, que abre a Eneida de Virgílio.

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Foi impossível parar, no Louvre, diante do relevo de pedra representando Hamurabi recebendo seu código de leis das mãos do deus-sol Shamash e não me lembrar da cena do Sinai. Como observar, nos relevos assírios, os mesmos arcos e flechas dos nossos índios. Ou, entre as ruínas astecas, incas e maias, as mesmas pirâmides do Nilo.



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  1. Beleza, o complemento ilustrativo do texto, Germano Romero. Um luxo.

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