Há uma tendência natural a achar que a aparente opinião da maioria revela a verdade. Somos imbuídos a compreender que a realidade dos fatos está no olhar majoritário das pessoas. Quando assim nos comportamos, assumimos o risco de adotar o que se chama de “distorção perceptiva”. Recusamos o direito de pensar por nós próprios. Deixamo-nos ser influenciados pelas informações que nos são transmitidas, sem o cuidado de analisá-las ou interpretá-la
Somos reféns de um processo de convencimento produzido por discursos de líderes demagogos, pela propaganda habilmente dirigida ou pelo intenso noticiário que nos é oferecido pela mídia, muitas vezes falseando a verdade dos fatos. A partir da percepção obtida por essas influências, definimos a nossa maneira de ver o mundo e reagimos na conformidade desse entendimento. Sem percebermos, passamos a ignorar alguns aspectos, potencializando outros que atendem circunstancialmente aos nossos desejos. Somos movidos a motivações, intenções e emoções.
O pensamento é resultado da percepção. Daí a necessidade de sermos cautelosos e prudentes quando formamos nossos juízos de valor sobre determinados fatos ou pessoas. Evitemos cair na “distorção perceptiva”, definindo conceitos em função de satisfações ou insatisfações que dominam nosso espírito.
A “distorção perceptiva” pode alimentar crises, agigantar dificuldades, provocar desesperanças, enxergar horizontes tenebrosos. Nessas situações nos deparamos com a impossibilidade de fazer escolhas certas, porque fomos absorvidos pela sensação de que o mundo conspira contra nós.
Não devemos ver e ouvir o que os outros nos condicionam a apreender. É importante que nos libertemos dessa influência perniciosa. Sejamos emocionalmente equilibrados para formar nossa própria visão da realidade, sem admitir que essa percepção seja determinada por outros.