O indivíduo identificado como bravateiro deixa de ser considerado como alguém que mereça ser respeitado. É viciado em produzir declarações irresponsáveis, absolutamente despropositadas. Não tem o senso do ridículo, por isso se põe a mentir com a maior naturalidade, ainda que se mostre um sujeito risível, burlesco. Costuma esbravejar com fúria, fazendo ameaças impossíveis de serem efetivadas, quando se sente acuado. Fanfarrão por natureza, tenta passar a imagem de “valentão” na tentativa de intimidar desafetos.
Existe um ditado que fala: “A pior forma de covardia é testar o poder na fraqueza do outro”. É exatamente essa a estratégia recorrente do bravateiro. A intenção é esconder verdades, buscando conseguir um determinado resultado através do blefe. Faz do amedrontamento o instrumento para potencializar abalos psicológicos. Usa das ameaças em situações de descontrole emocional.
Quase sempre posa de moralista. Surfa na onda do “bom-mocismo”. A desfaçatez é uma de suas características. O bravateiro inventa inimigos, enuncia inverdades, distorce a realidade, pensando em ganhar uma guerra imaginária, contaminado por impulsos toscos e perigosos, porquanto induzidos pela mentira. Não se constrange em baixar o nível do debate, desde que em defesa da versão conveniente.
O bravateiro fala mais do que pode e constantemente se contradiz, exatamente porque suas manifestações verbais carecem de consistência. Não tem receio de insultar a inteligência das pessoas a quem dirige suas bravatas. Tem um talento extraordinário para o protagonismo do absurdo. Arrogante, recusa reconhecer a limitada intelectualidade. Daí, partir para o esforço em aparentar superioridade, optando por disparar despautérios intimidadores, com o objetivo de alimentar sua fantasiosa grandiosidade. É preciso reagir ao bravateiro, não dando importância aos seus paranoicos delírios.