Marcos precisou se mudar para uma cidade maior que a sua. Demorou mais do previsto. Depois de tantas tentativas, finalmente passou no vestibular para faculdade de veterinária.
Conforme seu pai descreveu, quando chegou na pensão Paraíso, encontrou o sábio Sr. Manoel sentado na sua cadeira de balanço, pitando seu cigarro de palha enquanto viajava pelos pensamentos.
Conforme seu pai descreveu, quando chegou na pensão Paraíso, encontrou o sábio Sr. Manoel sentado na sua cadeira de balanço, pitando seu cigarro de palha enquanto viajava pelos pensamentos.
– Boa tarde!
Ele, sem mudar sua expressão, respondeu pelo canto da boca: – Tarde!
– Prazer, Marcos!
Deve ser Sr. Manoel, meu pai fala muito do senhor. Ele morou aqui, quando jovem. Vim para estudar. Disse que o senhor conhece todos que moram nessa cidade. Como são?
– Conheço sim. Como são as pessoas de onde vem?
– Não vivem sem o egoísmo, a maledicência, a brutalidade, o mau humor, enfim, estão sempre carregadas de sentimentos pequenos e tristeza. Difícil de conviver.
– infelizmente aqui também, nada diferente de onde veio.
Quinze dias depois chegou outro jovem para se hospedar, e questionou a mesma coisa.
Com a mesma calma, perguntou:
– Como são as pessoas da sua cidade?
– Maravilhosas! Todas muito bondosas, solidárias, enfim, verdadeiras amigas. A felicidade parece ser uma constante. Senti muito ter que sair de lá, mas fui transferido e vou passar um tempo por aqui.
– Não se preocupe, aqui irá encontrar pessoas como as de lá.
Um homem que escutou as duas conversas, ficou sem entender as diferentes respostas.
– Manoel, você deu duas respostas totalmente diferentes sobre as pessoas da cidade. Não entendi.
– Claro, meu velho amigo.
Quem nunca encontrou nada de bom no lugar que viveu, não encontrará em outro lugar. Quem conseguiu conquistar bons corações, também conseguirá aqui. Você já deveria saber que, inevitavelmente, a única coisa que podemos manter o controle é da nossa atitude mental.
Que hoje possamos realizar mudanças em nós mesmos, assim, nossas atitudes e a vida dos que nos acompanham na caminhada, adquirem a possibilidade de mudar.
Jacob Riis disse: “Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha, talvez cem vezes, sem que nenhuma rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu, mas todas as que vieram antes.”
Nunca é tarde para rever o que carregas no coração.