Todos nós temos a ideia falsa de que pessoas inteligentes são sensatas. Nem sempre. Aliás, estamos vivenciando um tempo em que aumenta cada vez mais o número de indivíduos apontados como de bom nível de inteligência se comportando fora do que possa ser considerado atitude de bom senso. O que tem concorrido para que isso esteja acontecendo? Motivados por causas abraçadas de maneira apaixonada, abrem mão da própria racionalidade, perdendo a capacidade de discernimento.
Esses indivíduos fecham os olhos e se tornam impermeáveis à compreensão advinda das experiências, influenciados por interesses que lhes são momentaneamente convenientes. E não se envergonham em empunhar bandeiras que comprometem o conceito de inteligência que buscam apresentar. Seguem na marcha da insensatez pensando exclusivamente em si próprios, desprezando princípios que deveriam ser inflexíveis, como a ética, a moral, a verdade, a honestidade da consciência.
O problema é que muitos confundem conhecimento intelectual com inteligência. A intolerância, por exemplo, é uma manifestação de desinteligência que muitos dos que se afirmam cultos praticam. Não basta ter sabedoria, é preciso saber usá-la. Há uma frase budista que acho bastante interessante para essa reflexão: “Os insensatos, que acreditam serem sábios, são inimigos de si mesmos; fazem más ações, das quais, por fim, só colhem frutos amargos”. Manter-se vítima da própria mentira, é a maior prova de que a insensatez não se harmoniza com o conceito de inteligência.