a dor em pessoa
no hipocondríaco
eu-lírico
de Pessoa
doía mais
a dor
fingida
do que a dor
em pessoa
pessoalmente
sentida
outono
as folhas
do calendário
que caem
dia a dia
mês a mês
ano a ano
são as folhas secas do meu outono
camões
no ~ do teu nome
a lembrança
do encarapelado
mar
da ocidental praia lusitana
arte & vida
ao poeta e amigo rubens jardim
um poema
como um
supositório
de menta?
não quero.
tampouco
como um
caramelo
de hortelã.
muito menos
ornado
com berloques,
miçangas,
balangandãs.
e a vida?
ah, eu a quero
comprida,
cheia
de lero-leros
e de penduri-
calhos,
que as cartas
da vida e da arte
não pertencem a um mesmo baralho.