POEMA ÀS MÃES
Quem é essa mulher, Que, em ato de pura abnegação, A fim de que existamos, Empresta-nos o próprio corpo Para servir de abrigo Ao nosso corpo em formação? Ela, em interessante estado, Vê seu corpo transformado, Através de uma tempestade hormonal, Crescem-lhe o ventre e os seios, Transformam-se as emoções e os anseios, E a sua vida passa a ser de espera, Aguardando-nos por nove meses, Para nos conhecer e recolher em seus braços, A sua aguardada quimera. Enquanto inquilinos do seu ventre, Divide conosco a própria vida, O sangue, os nutrientes, Até o próprio oxigênio, Que, vindo pela placenta, Em processos químicos, explicados pela Ciência, Garante-nos a formação e a sobrevivência. Traz-nos ao mundo, parindo em dor! À própria vida arrisca Para que vejamos a luz. Aninha-nos em seu regaço E, pela vida nos conduz, Transformando em leite o seu sangue, Alimentando-nos, protegendo-nos, Sendo-nos, para o resto da vida, Um guia de cuidado e amor. Por tanto tempo a vemos como anjos, Heroínas que nos salvam, Com amor e proteção. Para nós o mundo é seguro, Basta que tenhamos a sua mão! O tempo passa... Crescemos em estatura e idade, Nem sempre, porém, crescemos em moralidade. E aquela, que um dia, foi o anjo de proteção. Parece-nos agora tão pequena e cheia de fragilidade. A idade lhe pesa nos ombros, Já não têm mais a mão forte que nos conduzia, Agora precisam do nosso cuidado e carinho, Precisam que a ela nos devotemos com amor e alegria. Porém, muitos se esquecem do carinho e desvelo recebidos, E relegam esses anjos a um canto qualquer, esquecidos. Esquecem que naquele corpo frágil que lhes pede proteção, Bate o mesmo coração amoroso, Que sempre lhes amou com sacrifício e devoção. As mães não são santas, por certo. Têm seus defeitos, suas falhas, são humanas! Tudo isso percebemos quando as olhamos de mais perto. Porém, são, na Terra, o amor que de Deus mais se aproxima. E, nós, a elas, devemos amor e respeito, carinho e estima. Pois, são a nossa referência, são para nós exemplo de Renúncia e complacência. Amemos as nossas mães! Agradeçamos todo carinho, Amor e devoção. Pois quando se vão, em nosso coração fica o vazio, A lembrança daquela mãozinha tão frágil, Que a nossa cabeça acariciava nos momentos de agonia, A lembrança da voz amena que nos acalmava, Que a nossa dor curava e nos trazia tanta alegria. Amemos as nossas mães! Agradeçamos em abraços, em preces! Elas ainda nos ouvem, mesmo se não mais estão presentes, Pois o amor nunca se acaba e em seus corações elas nos ouvem E o nosso amor ainda sentem. Amemos as nossas mães! Não apenas hoje! Que esse amor, essa lembrança, Seja perene em nossos corações. Pois onde quer que estejam, elas nos abraçam, E continuam a nos ver como suas eternas crianças Buscando nos acalentar e curar, das nossas dores E encher o nosso coração de esperanças. FOGÃO DE LENHA
Fogão de lenha, Onde o fogo arde, Sobre ele a panela de barro, Esquenta a água do café da tarde. Fogão de lenha, Onde a brasa queima E no coração um amor que invade, E em não querer ir embora teima. Chão de terra batida, Assim é a estrada de minha vida, Casinha de adobe, telhado de varas, Paredes brancas e janelas azuis. Quero viver assim: Só de pão e poesia, E um amor ao meu lado, A recordar na tarde fria, As rimas do nosso passado. Quero viver assim: Do teu lado. Aquecendo-me na ardência teu corpo, E de teu amor me sentir saciado. Como a brasa que se acende No velho fogão de lenha. ERA
Era apenas as pegadas solitárias Dos meus pés na areia, Que o mar vinha e apagava. Era apenas o voo da branca gaivota Que meu olhar vespertino acompanhava. Era silêncio... Era a noite estrelada, E o céu se derramava sobre a saudade, Que as estrelas não conseguiam amainar. Era solidão... Era o grito sem eco, Que cantava uma velha cantiga, E o vento levava embora as notas distorcidas, Era, enfim, doce ilusão. DIÁRIO DE BORDO
Ah coração! Por onde andas nesses mares de calmaria? Enerva-me a falta de ventos, Eles pressupõem o tédio, Que não é companheiro da poesia. Ah coração! Eu bem faço gosto quando abrigas Amores clandestinos! Desses inesperados, Que dizem ser frutos do destino... Mas a que destino leva essas águas? Quantas tempestades já enfrentaste! Quantas vezes saíste avariado, Com as velas rotas, os mastros quebrados, Assim tristonho, de bandeira a meio pau! Quantas vezes pensei naufragar Em mares bravios, Em noites de tormentas, Onde ficaste à deriva, Acompanhando do vento o rodopio? Ah coração! Foram tantas aventuras, Tantas tempestades, Tantos motins, Tantos amores clandestinos... E hoje, ancorada em porto seguro, Eu canto e conto as aventuras, De ventos e céus brumosos, De brisas e céus de brigadeiro. De buscas e lutas pelo amor verdadeiro. BOLHAS DE SABÃO
Tão leves, Tão líquidas, Flutuam e espocam no ar. Efêmeras. Queria ser qual elas, E voar pelo ar, Ao sabor dos ventos, Transparente me tornar. Voaria por um momento Em instante breve, A me refazer na brisa. Depois espocaria Sumiria, pluma leve. Renasceria em nova pele, Brilhante, Com toda pujança, Saída dos lábios puros, De uma terna criança.
Quem é essa mulher, Que, em ato de pura abnegação, A fim de que existamos, Empresta-nos o próprio corpo Para servir de abrigo Ao nosso corpo em formação? Ela, em interessante estado, Vê seu corpo transformado, Através de uma tempestade hormonal, Crescem-lhe o ventre e os seios, Transformam-se as emoções e os anseios, E a sua vida passa a ser de espera, Aguardando-nos por nove meses, Para nos conhecer e recolher em seus braços, A sua aguardada quimera. Enquanto inquilinos do seu ventre, Divide conosco a própria vida, O sangue, os nutrientes, Até o próprio oxigênio, Que, vindo pela placenta, Em processos químicos, explicados pela Ciência, Garante-nos a formação e a sobrevivência. Traz-nos ao mundo, parindo em dor! À própria vida arrisca Para que vejamos a luz. Aninha-nos em seu regaço E, pela vida nos conduz, Transformando em leite o seu sangue, Alimentando-nos, protegendo-nos, Sendo-nos, para o resto da vida, Um guia de cuidado e amor. Por tanto tempo a vemos como anjos, Heroínas que nos salvam, Com amor e proteção. Para nós o mundo é seguro, Basta que tenhamos a sua mão! O tempo passa... Crescemos em estatura e idade, Nem sempre, porém, crescemos em moralidade. E aquela, que um dia, foi o anjo de proteção. Parece-nos agora tão pequena e cheia de fragilidade. A idade lhe pesa nos ombros, Já não têm mais a mão forte que nos conduzia, Agora precisam do nosso cuidado e carinho, Precisam que a ela nos devotemos com amor e alegria. Porém, muitos se esquecem do carinho e desvelo recebidos, E relegam esses anjos a um canto qualquer, esquecidos. Esquecem que naquele corpo frágil que lhes pede proteção, Bate o mesmo coração amoroso, Que sempre lhes amou com sacrifício e devoção. As mães não são santas, por certo. Têm seus defeitos, suas falhas, são humanas! Tudo isso percebemos quando as olhamos de mais perto. Porém, são, na Terra, o amor que de Deus mais se aproxima. E, nós, a elas, devemos amor e respeito, carinho e estima. Pois, são a nossa referência, são para nós exemplo de Renúncia e complacência. Amemos as nossas mães! Agradeçamos todo carinho, Amor e devoção. Pois quando se vão, em nosso coração fica o vazio, A lembrança daquela mãozinha tão frágil, Que a nossa cabeça acariciava nos momentos de agonia, A lembrança da voz amena que nos acalmava, Que a nossa dor curava e nos trazia tanta alegria. Amemos as nossas mães! Agradeçamos em abraços, em preces! Elas ainda nos ouvem, mesmo se não mais estão presentes, Pois o amor nunca se acaba e em seus corações elas nos ouvem E o nosso amor ainda sentem. Amemos as nossas mães! Não apenas hoje! Que esse amor, essa lembrança, Seja perene em nossos corações. Pois onde quer que estejam, elas nos abraçam, E continuam a nos ver como suas eternas crianças Buscando nos acalentar e curar, das nossas dores E encher o nosso coração de esperanças. FOGÃO DE LENHA
Fogão de lenha, Onde o fogo arde, Sobre ele a panela de barro, Esquenta a água do café da tarde. Fogão de lenha, Onde a brasa queima E no coração um amor que invade, E em não querer ir embora teima. Chão de terra batida, Assim é a estrada de minha vida, Casinha de adobe, telhado de varas, Paredes brancas e janelas azuis. Quero viver assim: Só de pão e poesia, E um amor ao meu lado, A recordar na tarde fria, As rimas do nosso passado. Quero viver assim: Do teu lado. Aquecendo-me na ardência teu corpo, E de teu amor me sentir saciado. Como a brasa que se acende No velho fogão de lenha. ERA
Era apenas as pegadas solitárias Dos meus pés na areia, Que o mar vinha e apagava. Era apenas o voo da branca gaivota Que meu olhar vespertino acompanhava. Era silêncio... Era a noite estrelada, E o céu se derramava sobre a saudade, Que as estrelas não conseguiam amainar. Era solidão... Era o grito sem eco, Que cantava uma velha cantiga, E o vento levava embora as notas distorcidas, Era, enfim, doce ilusão. DIÁRIO DE BORDO
Ah coração! Por onde andas nesses mares de calmaria? Enerva-me a falta de ventos, Eles pressupõem o tédio, Que não é companheiro da poesia. Ah coração! Eu bem faço gosto quando abrigas Amores clandestinos! Desses inesperados, Que dizem ser frutos do destino... Mas a que destino leva essas águas? Quantas tempestades já enfrentaste! Quantas vezes saíste avariado, Com as velas rotas, os mastros quebrados, Assim tristonho, de bandeira a meio pau! Quantas vezes pensei naufragar Em mares bravios, Em noites de tormentas, Onde ficaste à deriva, Acompanhando do vento o rodopio? Ah coração! Foram tantas aventuras, Tantas tempestades, Tantos motins, Tantos amores clandestinos... E hoje, ancorada em porto seguro, Eu canto e conto as aventuras, De ventos e céus brumosos, De brisas e céus de brigadeiro. De buscas e lutas pelo amor verdadeiro. BOLHAS DE SABÃO
Tão leves, Tão líquidas, Flutuam e espocam no ar. Efêmeras. Queria ser qual elas, E voar pelo ar, Ao sabor dos ventos, Transparente me tornar. Voaria por um momento Em instante breve, A me refazer na brisa. Depois espocaria Sumiria, pluma leve. Renasceria em nova pele, Brilhante, Com toda pujança, Saída dos lábios puros, De uma terna criança.