Antigamente, na nossa infância, depois do jantar brincávamos na rua até as 9 horas. Depois fazíamos um lanche e subíamos para o quarto, para ler até adormecer, ouvindo num velho rádio músicas maravilhosas do programa Ritmos da Panair: Tommy Dorsey, Trio Irakitan, Glenn Miller, Orquestra Tabajara, Ray Conniff... Mais tarde, quando se recolhia, o nosso pai apagava a luz e desligava o rádio.
Mas tinha noites nas quais a programação era diferente. Era quando as funcionárias domésticas, em sua quase totalidade oriunda do interior do estado, juntavam-se às crianças para contar histórias de... assombração!
Nós nos deliciávamos com as histórias. Eram geralmente sobre casas mal-assombradas, com todo tipo de alma: passos no sótão, pálidas ou roxas, almas perfumadas aparecendo na varanda, trajando vestes diáfanas, outras caindo do teto às partes: uma perna, a outra, o tronco... Outras almas apareciam sentadas no campanário da igreja com os pés raspando o piso da porta de entrada, e tinham um dente só e bem longo. Pianos que tocavam de madrugada…
Certa noite elas nos contaram a história do padre que foi enterrado vivo e uma paroquiana sonhou, e quando foi exumado isso foi confirmado: estava todo retorcido no caixão! Quando Silvino ouviu a história não dormiu nessa noite.
Havia também as inevitáveis histórias de lobisomem. A propósito, a nossa avó Salomé Pedrosa, lá em Misericórdia, dizia que, quando mulher via lobisomem, era por que estava traindo o marido.
Histórias assim não nos faltaram, na infância. No Roger, próximo de onde morávamos, corria a lenda do Pai do Mangue de Mandacaru: um ser com os olhos de fogo, fumando muito, que dava carreiras em quem se perdia por lá. Provavelmente inspirado no saci ou no caipora.
Certa vez, nos anos 60', um motorista de carro de praça, com praça na Lagoa, deu entrada de madrugada no Pronto Socorro aos gritos, dizendo que transportou uma alma no seu carro.
Depois tudo ficou esclarecido: um frequentador da Churrascaria Bambu, muito cretino, chegando a este restaurante pela madrugada, viu que o motorista estava dormindo e resolveu fazer uma brincadeira: abriu a porta traseira e disse: “Vamos pro Elite Bar.” E bateu a porta do carro sem entrar.
Mal-acordado, sem olhar para trás o taxista disparou para a Praia de Tambaú. Ao chegar ao destino, vendo que não havia ninguém no banco traseiro, apavorou-se e correu para o Pronto Socorro, com medo da alma.
O mais ativo radialista e repórter policial da época, Enoque Pelágio, aproveitou essa história, verdadeira, e criou uma personagem da noite pessoense: a Loura da Lagoa, que assombrava os taxistas.
Numa das aparições contadas por Enoque Pelágio, uma passageira, loura, tomou um táxi na Lagoa, à meia-noite, e pediu para o motorista se dirigir ao bairro da Ilha do Bispo. Ao passar na frente do cemitério ela mandou que ele parasse, dizendo: “Eu moro aqui!”
No começo a gente não dormia direito, com todas essas histórias. Mas com o tempo, crescendo, começamos a nos acostumar.
Essas histórias fizeram parte da base da nossa formação cultural. Orientaram os nossos gostos pela literatura e cinema do gênero de horror. Costumo dizer que foram as nossas empregadas que me iniciaram no gosto pelos contos de terror, os livros e depois o cinema.
Já as de mistério nós aprendemos a gostar a partir da literatura que Papai trazia para casa, principalmente de Agatha Christie. Para completar, o prazer pela ficção científica nos foi despertado pelo nosso irmão Paulo Fernando.
Completados 14 anos passei a assistir a filmes de terror. Mas eu acho que já havia assistido, antes, pelo menos a um. Quando eu tinha nove anos assistimos ao filme Marcelino Pão e Vinho no Cine Santo Antonio, em Jaguaribe. A cena de Jesus despregando a mão da cruz para receber o pão que o menino lhe está oferecendo é tétrica! Considero este o meu primeiro filme de terror. Foi o início de uma longa filmografia do gênero.
Na nossa infância todas as tardes, em torno das seis, nós nos reuníamos em torno da nossa mãe, Nair Espínola, no terraço lá de casa, para esperar Papai chegar do Tribunal. Rádio ligado, ficávamos disputando o colo dela, e olhando todo ônibus que parava.
Era a hora do Ângelus, e todas as rádios derramavam ave-marias as mais variadas, lindas. Porém antes e depois tocavam músicas que tinham algo em comum, e que eu classificava de “música da tardinha.” Eram, em geral, tristes, com forte apelo ao sentimentalismo. E nós crescemos ouvindo esse gênero de música, que tanto podiam causar tristeza, como... assombro!
PERDÃO EMÍLIA
Gravada em 1970 por Francisco Petrônio e Dilermando Reis, Perdão Emilia é uma das mais antigas modinhas tristes e melancólicas que se tem notícia. Há referências a essa canção do final do Século XIX, sendo seus possíveis autores o português Jorge Henrique da Silva e Juca Pedaço, em 1889. Há notícias de que foi primeiro gravada em 1902, porém não sabemos por quem.
A história é arrepiante. Uma virgem, sob juras de eterno amor, foi seduzida por um canalha e depois desprezada. Após muito sofrer ela, desgostosa, vem a falecer. Com a consciência pesando o sedutor vai visitar o seu túmulo à meia-noite, para pedir perdão. Não esperava ele pela resposta que lhe chega, lá do fundo do túmulo.
Perdão Emília
Já tudo dorme, vem a noite em meio,
a turva lua vem surgindo além.
Tudo é silêncio, só se vê nas campas,
piar o mocho no cruel desdém.
Depois um vulto de roupagem preta,
no cemitério com vagar entrou.
Junto ao sepulcro, se curvando ao meio,
com tristes frases nesta voz falou:
"Perdão Emília, se roubei-te a vida,
se fui impuro, fui cruel, ousado.
Perdão Emília, se manchei teus lábios.
Perdão Emília, para um desgraçado."
"Monstro tirano, por que vens agora,
lembrar-me as mágoas que por ti passei?
Lá nesse mundo em que vivi chorando,
desde o instante em que te vi e amei.
Chegou a hora de tomar vingança,
mas tu, ingrato, não terás perdão.
Deus não perdoa as tuas culpas todas,
castigo justo tu terás, então."
Mas eis que um corpo resvalando a terra,
tombou de chofre sobre a terra fria.
E quando a aurora despontou na lousa,
um corpo inerte a dormitar se via. (bis)
CANÇÃO DO JORNALEIRO
Canção do Jornaleiro é outra música muito triste que influenciou o meu imaginário infantil de piedade e assombro. Foi composta por Heitor dos Prazeres
Mamãe gostava muito, e cantava para nós. Quando menino ela me despertava um certo medo, além de tristeza. Porém, com o tempo passei a achá-la muito piegas, apelativa. Pesquisando, encontrei uma versão gravada em 1952 por Enéas Fontana. Achei também uma gravação mais antiga, de 1932, cantada por Jonas Tinoco, de apenas 13 anos. Décadas depois a música foi gravada por Wanderley Cardoso.
Canção Do Jornaleiro
Olha a noite,
Olha a noite,
Eu sou um pobre jornaleiro,
Que não tenho paradeiro,
Ai, ninguém tem vida assim,
Digo adeus a toda gente,
Às vezes fico contente,
Ninguém tem pena de mim.
Eu vivo sempre a sofrer,
Oh, que destino é o meu,
Eu que fui sempre jogado,
Vou vivendo amargurado,
Oh que sorte Deus me deu.
Olha a noite,
Olha a noite.
Eu vivo sempre a sofrer,
Oh, que destino é o meu,
Eu, que fui sempre enxotado,
Vou vivendo amargurado,
Oh, que sorte Deus me deu.
Olha a noite,
Olha a noite.
Quando o sol vai se escondendo,
Eu vou me entristecendo,
Porque tenho coração,
Vivo sempre amargurado,
Como as folhas a meu lado,
Cumpri com a minha missão.
Eu vivo sempre a sofrer,
Oh, que destino é o meu,
Eu, que fui tão maltratado,
Vou vivendo amargurado,
Oh, que sorte Deus me deu.
COVA DELA
Cova Dela foi criada em 1953, de autoria desconhecida. Posteriormente fizeram uma versão, que foi lançada no Instituto de Tecnologia da Aeronáutica.
Mamãe gostava muito dela. E nós, filhos, a achávamos muito triste. Para não dizer “assombrosa.”
Ela a ouvia no rádio, e por coincidência geralmente às 6 da tarde, uma hora um pouco melancólica, quando as rádios transmitiam músicas tristes:
Cova Dela
(Música: Nesta Rua Tem Um Bosque)
Esta noite, à meia-noite, eram dez horas,
Eu encontrei, encontrei duas figuras.
Uma era o retrato da Maria,
A outra era da Maria a formosura
Eu pisei, eu pisei na cova dela
E uma voz lá de baixo respondeu:
Arretira, arretira o pé de riba
E não maltrata um amor que já foi seu."
Diferente de Mamãe, nosso pai era mais alegre, preferindo o humor a músicas tristes. Uma das suas prediletas, do seu tempo de rapaz, era outra versão de Cova Dela: a dos ex-alunos do ITA. Os veteranos do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica adotaram esta letra irreverente, criada em 1953, como hino de todas as turmas. E que era uma versão muito pouco assombrosa:
Cova Dela – Poema lúgubre
(Música: Nesta Rua Tem Um Bosque)
Encarquei, encarquei o pé na cova,
Uma voz, lá debaixo, arrespondeu,
Não encarque, não encarque, o pé na cova,
Que aqui jaz, um defunto que morreu!
Eu tornei a incarcá o pé na cova,
A mesma voz, lá de baixo, repetiu,
Num encarque, num encarque o pé na cova,
Vá encarcá o pé na P. Q. o P...u!
TARDE FRIA
Em 1954 ngelo Apolônio, o Poli, lançou um bolero de sua autoria, Tarde Fria. Esta música, chama a atenção pela tristeza da letra porém com uma bela melodia, foi popularizada por Cauby Peixoto. Posteriormente foi gravada por Ângela Maria.
Exemplar típico da Era do Samba Canção, combina uma bela melodia com a história de um amor não correspondido.
Tarde Fria
Compositor: Poli
Tarde fria,
sozinho espero.
Só você, que não vem,
eu quero...
Tarde fria,
sinto frio na alma.
só você, que não vem,
me acalma...
E o vento sopra frio,
gelando...
e eu, sem você,
até quando?
Vem o vento,
e a tarde é fria.
Estou só,
e minha alma vazia
SERAFIM E SEUS FILHOS
Composta e gravada em 1971 por Rui Maurity, Serafim e Seus Filhos é uma canção realmente assombrosa. Como foi dito em recente crônica homônima, ela conta a história de uma alma sebosa, Serafim Bom-de-Corte, ladrão de gado nos pampas gaúchos, e que chefia um bando composto por seus filhos João Quebra-tôco, Mané Quindim, Lourenço e Maria. O desfecho é tétrico...!
Serafim e seus filhos
São três machos e uma fêmea
Por sinal, Maria, que com todos se parecia
Todos de olhar esperto, para ver bem perto
Quem de muito longe é que vinha
Filhos de dois juramentos, todos dois sangrentos
Em noite clarinha
Ê, ah, ôôôô
O João Quebra-Tôco, Mané Quindim, Lourenço e Maria
Noite alta de silêncio e lua
Serafim, o bom pastor de casa saía
Dos quatro meninos, dois levavam rifles
Outros dois levavam fumo e farinha
Bandoleros de los campos vierdes, Dom Quijotes
De nuestro desierto
Ê, ah, ôôôô
Serafim Bom de Corte, Mané, João, Lourenço e Maria
Mas o tal Lourenço, dos quatro o mais novo
Era quem dos quatro tudo sabia
Resolveu deixar o bando e partir pra longe
Onde ninguém lhe conhecia
Serafim jurou vingança
Filho meu não dança conforme a dança
Ê, ah, ôôôô
E mataram Lourenço
Em noite alta de lua mansa
Todo mundo dessas redondezas conta
Que o tal Lourenço não deu sossego
Fez cair na vida sua irmã Maria
E os outros dois matou só de medo
Serafim depois que viu o filho lobisomem
Perdeu o juízo
Ê, ah, ôôôô
E morreu sete vezes
Até abrir caminho pro paraíso
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CORAÇÃO DE LUTO
Para mim a maior expressão de música que reúne apelo popular, horror e pieguice, Coração de Luto foi composta em 1960 por Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, cantor e compositor mais popular do Rio Grande do Sul, que foi o artista que mais divulgou a cultura popular gaúcha.
A música conta a história, real, do autor: sua vida sofrida, sacrificada. Ele foi órfão a partir dos nove anos, quando a sua mãe morreu queimada quando teve uma crise epiléptica e caiu por cima de uma fogueira que havia feito para queimar o lixo.
Sucesso nacional, o disco chegou a vender 1 milhão de cópias em seu lançamento.
Em 1967 o apresentador da televisão Flávio Cavalcanti, no programa que tinha o seu nome, disse que Teixeirinha estava fazendo sucesso às custas da mãe. E batizou a música de Churrasco de Mãe. Para infelicidade do autor, esse título pegou, trazendo-lhe muito desgosto.
Coração de Luto
O maior golpe do mundo
Que eu tive na minha vida
Foi quando com nove anos
Perdi minha mãe querida
Morreu queimada no fogo
Morte triste dolorida
Que fez a minha mãezinha
Dar o adeus da despedida
Vinha vindo da escola
Quando de longe avistei
O rancho que nos morava
Cheio de gente encontrei
Antes que alguém me dissesse
Eu logo imaginei
Que o caso era de morte
Da mãezinha que eu amei
Seguiu num carro de boi
Aquele preto caixão
Ao lado eu ia chorando
A triste separação
Ao chegar no campo santo
Foi maior a exclamação
Cobriram com terra fria
Minha mãe do coração
Dali eu sai chorando
Por mãos de estranhos levado
Mas não levou nem dois meses
No mundo fui atirado
Com a morte da minha mãe
Fiquei desorientado
Com nove anos apenas
Por este mundo jogado
Passei fome passei frio
Por este mundo perdido
Quando mamãe era viva
Me disse filho querido
Pra não roubar não matar
Não ferir sem ser ferido
Descanse em paz minha mãe
Que eu cumprirei seu pedido
O que me resta na mente
Minha mãezinha e teu vulto
Recebas uma oração
Deste filho que é teu fruto
Que dentro do peito traz
O sentimento oculto
Desde nove anos tenho
O meu coração de luto
AVE MARIA
Dotado de uma voz bonita, muito apreciada à época, e muito potente para quem tinha apenas um pulmão (perdera o outro pulmão para a tuberculose), o alagoano Augusto Calheiros fez muito sucesso na primeira metade do Século XX. Em 1953 lançou a sua bonita Ave Maria. Como muitas outras canções deste estilo, ela também impressionava pela carga da tristeza que transmitia. Com era de se esperar, unia ao apelo religioso a história da saudade de um amor perdido.
Ave Maria
Cai à tarde tristonha e serena
Em macio e suave langor
Despertando no meu coração
A saudade do primeiro amor
Um gemido se esvai lá no espaço
Nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura
Badaladas da Ave Maria
Sino que tange com mágoa dorida
Recordando os sonhos, da aurora da vida
Dá-me ao coração paz e harmonia
Na prece da Ave Maria
No alto do campanário
Uma cruz simboliza o passado
D'um amor que já morreu
Deixando um coração amargurado
Esse som que produz o mistério
Faz quetar meu fiel coração
Quando o vendo tão triste e sozinho
No passado de grata ilusão
Eu me lembro das tardes de outrora
Que contigo sonhava a poesia
D'um amor que feliz te jurava
Ao murmúrio da Ave Maria
Sino que tange para amenizar
Saudade dos tempos, que vivia à sonhar
Mil venturas de suave alegria
Minh'alma ao som da Ave Maria
Lá no infinito azulado
Uma estrela formosa irradia
A mensagem do meu passado
Quando o sino tange Ave Maria
CORAÇÃO MATERNO
Composta e lançada em 1937 por Vicente Celestino, cantor e compositor carioca, muito popular na primeira metade do Século XX, ele informou que se inspirou numa lenda de mais de cinco séculos para escrever a letra de Coração Materno. Para mim esta é mais impressionante das músicas deste gênero aqui abordado.
A melodia, com forte influência italiana, é um tango suave, muito comum à época, e feito para o tenor que era Vicente Celestino. O que mais impressiona é a letra. Conta a história de um camponês obtuso, literalmente apaixonado loucamente por uma doidivanas, uma irresponsável mulher.
Prometendo-lhe fazer o que ela quiser, até matar ou roubar, oferece o céu e o mar em troca de seu eterno amor. Era tão fantástico o que ele prometia que ela não o leva a sério. E faz-lhe um pedido que lhe parecia impossível de ser cumprido.
Mas ela não contava que o louco estivesse realmente doido, e se apavora quando ele parte para cumprira sua promessa de satisfazer qualquer que fosse o seu desejo, sem dar-lhe chance de impedi-lo.
O camponês realiza o desejo da amada e, em sua pressa de exibir o feito, acidenta-se. O que acontece a seguir é inimaginável, até mesmo para Edgar Allan Poe ou Stephen King.
Coração materno
Disse um campônio à sua amada
Minha idolatrada, diga o que quer
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes, mulher
Provar quero eu que te quero
Venero teus olhos, teu porte, teu ser
Mas diga, tua ordem espero
Por ti não me importa matar ou morrer
E ela disse ao campônio, a brincar
Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vai buscar
De tua mãe, inteiro o coração
E a correr o campônio partiu
Como um raio na estrada sumiu
E sua amada qual louca ficou
A chorar na estrada tombou
Chega à choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
Vitória, vitória, tem minha paixão
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou
Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me, filho, aqui estou
Vem buscar-me que ainda sou teu
O estilo das composições aqui exibidas, com forte apelo emocional e às vezes até permeado de mau agouro, com alguma exceção era o que predominava na primeira metade do Século XX. Exploravam o sentimentalismo. Muito apelação, muita retórica, muitos exageros.
Com a evolução, a música brasileira passou a receber influências que a tornaram mais leves, como a bossa nova, a MPB, a revolução cultural capitaneada pelos Beatles. Deixaram no passado letras e histórias de assombro.