Está completando dois anos (28.04.2021) da passagem do soldado da Polícia Militar do Estado da Paraíba Antônio Augusto da Silva, o não menos famoso e conhecido por toda população pessoense pela alcunha de “Apito de Ouro”.
Parceiro em um trabalho integrado ao trânsito da capital da Paraíba, ficou conhecido pelas suas mungangas, mas também pela sua abnegada atuação, como um bom soldado de trânsito que era e que, simultaneamente, contribuiu para o ordenamento e a segurança no trânsito das vias da nossa querida Jampa.
Parceiro em um trabalho integrado ao trânsito da capital da Paraíba, ficou conhecido pelas suas mungangas, mas também pela sua abnegada atuação, como um bom soldado de trânsito que era e que, simultaneamente, contribuiu para o ordenamento e a segurança no trânsito das vias da nossa querida Jampa.
Suas atuações chamavam a atenção dos motoristas e transeuntes, pedestres em circulação, os quais recebiam, além das ordens do apito, as suas orientações de disciplina, de uma forma maneira, branda, educada, atraente e até divertida.
Alguns outros se notabilizaram no mundo e foram também especiais, pela atuação e forma, adotando um padrão atípico da função exercida.
Temos conhecimento de algumas outras histórias, a exemplo do soldado Castelo, Guarda de Trânsito em Ribeirão Preto, que tinha um espírito humanista, e que sobressaiu no exercício de sua profissão, não apenas orientando o fluxo de veículos, imprimindo a paz e a ordem no trânsito, mas que também tinha o respeito especial aos velhinhos, para os quais tinha uma atenção diferenciada e um tratamento notório de desvelo.
Outro profissional de trânsito – salvo engano - existiu no Peru. Esse ficou conhecido por um gesto marcante que andou circulando por toda a América Latina: Uma moça, no trânsito, ficou preocupada, quase desesperada, ao ver que uma gatinha de um mês de vida ia ser esmagada por um ônibus. Quando observou tamanha preocupação da moça, imediatamente, dirigiu-se a ela e se expressou assim:
– Fique aí, deixe que eu cuido disso!
Num flash de segundos, parou todo o trânsito da avenida e salvou a gatinha. Colocou a felina na mão da moça que havia ficado em prantos. Recusou-se a receber qualquer recompensa e optou por não revelar a sua identidade, voltando a trabalhar normalmente.
Não sei se caberia ao Carlos Lacerda, no livro “A Casa do Meu Avô”, esse fato ser chamado de “pequeno nada”. Não sei. Tenho só a certeza de que são essas as pequenas atitudes com as quais o homem consegue ser melhor e indispensável ao convívio da humanidade. Que mal fazem, às vezes, essas blitze que só visam o interesse de arrecadação, explorando o cidadão, e que tanto esquecem o lado educativo, didático, humano, para tornar mais calmas e práticas as voltas que o mundo dá, e menos estressante a roda viva dessa vida meio insana? Seria outra realidade se a importância do respeito às regras fossem prioridade, no entanto, por meio educativo e conscientizador, para prevenir acidentes e acalmar a alma irrequieta das pessoas. - Quem já ouviu falar em um Guarda de Trânsito chamado Luizinho?
- Ele é o Luiz Gonzaga Leite, um nordestino de João Pessoa, há muito radicado em São Paulo, hoje aposentado.
Ninguém nunca foi atropelado no cruzamento do Teatro Municipal de São Paulo, diz ele, com orgulho e honra. O seu jeito criativo e inteligente de tratamento o fez ficar conhecido como o Guarda de Trânsito mais competente do Brasil. Nunca multava! Os bons resolvem a parada e não multam! Dizia que os motoristas e os pedestres eram todos seus aliados.
Mas, esse tal Apito de Ouro, meu amigo, esse foi completo em quase tudo! Mudou-se para outros mundos, outras ruas transversais, outros astrais, alamedas. Esse fantasmagórico “Apito de Ouro” foi-se com o seu último sopro, (último apito). Sem risos e sem mais as ferramentas de trabalho. Só um siso estático, apático aos sinais do tempo e de loucos ao volante que ele tratava com o seu “Gardenal” de calmaria, bem comprimido dentro do seu estado diferente de espírito.
Viajou sem multas, as quais nunca foram lavradas pelas suas mãos. Dirigiu-se num percurso isento de semáforos.
Agora, tudo azul e, por sinal, só uma lua, ainda a descrever a metáfora dos seus braços abertos, indicando e abrindo caminhos, alargando-os.
Paz no trânsito! No trânsito e na paz de Deus!!!