PRÓLOGO
Nos anos 1950, na esteira da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, desenvolveu-se a Era Espacial. Cada uma das superpotências queria vencer a corrida no espaço, lançar seu primeiro satélite e colocar seu primeiro homem na lua. Foi nesse clima que se desenvolveu o culto à vida extraterrestre.
Surgiram os primeiros grupos de estudos de Objetos voadores não-identificados, os OVNI. Essa nova “religião” era alimentada pela indústria do entretenimento, na forma de histórias em quadrinhos, com destaque para Flash Gordon.
Também o cinema deu a sua contribuição, com uma grande produção de filmes B, de ficção científica (que passavam mais no Cine Brasil, eu não perdia um!): A Bolha Assassina, A Guerra dos Mundos, O Dia em Que a Terra Parou, dentre muitos filmes do gênero. Este tipo de filme deu um filho temporão: o ET, de Steven Spielberg, este um diretor apaixonado por filmes daquela época. Esses filmes tiveram muito sucesso, e concorreram para criar um clima em que muitas pessoas no mundo acreditassem e viessem a afirmar que tiveram contatos visuais com marcianos e discos voadores.
A música não ficou de fora desse filão. Ao longo de décadas foram produzidas canções que trataram do tema. Encontramos O Astronauta, de Vinicius de Moraes. Não Identificado, de Caetano Veloso, na belíssima voz de Gal Costa. Canção Para um Homem no Espaço, de Nilo Sérgio. Táxi Lunar, envolvendo Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho. E o moleque rock-caipira 2001, de Tom Zé e Rita Lee, executado pelos Mutantes.
Mas, de todas essas músicas espaciais, a maioria bonita e algumas nem tanto, a que mexe mais comigo, que ouvi quando estava iniciando a adolescência, é sem dúvida Marcianita, cantada por Sergio Murilo.
No imaginário de um ouvinte adolescente, capaz de sentir tudo o que lhe impressiona, a música é realmente contagiante como um rock espacial.
A cena é de um filme B, de ficção científica dos anos 1950.
Numa noite clara, fresca, você segue muito tarde pelas ruas desertas. De repente você vê ao alto uma luz estroboscópica que se aproxima, cada vez mais baixo, até pousar. E começa a ouvir uma música ritmada, o compasso feito por um contra-baixo.
O clima sideral se instala logo no início, com um pianinho que parece ter sido tocado e gravado num disco voador! Você vai ouvindo a letra e se envolvendo com o romance interplanetário entre um terráqueo de coração partido e uma marciana imaginária, e que por isso eu imagino logo que ela seja verde. O ritmo é delicioso!
Até o desfecho, você continua a se imaginar nessa rua deserta, solitário, assistindo um disco voador pousado à sua frente, luzes rolando como numa boate.
Paralisado, você constata que o disco veio lhe buscar para mudar toda a sua vida, sair da infelicidade de uma paixão frustrada direto para um novo mundo onde alguém lhe espera. Para os braços de uma garota desconhecida, porém provavelmente muito melhor que aquela que havia quebrado o seu coração.
Tudo isso ao compasso do som de um rock muito gostoso!
O ritmo que embalou a juventude dos anos 1950 foi, sem dúvida, o rock n’roll. Importado dos Estados Unidos, o rock foi adotado pelos nossos músicos e cantores mais jovens, geralmente em versões em português de músicas americanas, mas posteriormente em composições autenticamente brasileiras.
A música invadiu os programas de auditório das nossas rádios e das emissoras de televisão, que ainda engatinhavam nessa época, sob a forte concorrência das rádios. Vários programas surgiram, como foi o Trem da Alegria, do chamado Trio de Osso: Lamartine Babo, Yara Salles e Héber de Bôscoli, na poderosa Rádio Nacional.
Esses jovens músicos de rock foram precursores da Jovem Guarda, movimento musical e cultural que explodiria na década seguinte, e que teve vida mais longa. Poucos deles sobreviveram, no novo movimento musical.
Desses jovens músicos um teve destaque pela sua precocidade e pela qualidade de suas músicas: Sergio Murilo.
Nascido no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, em 2 de agosto de 1941,e descrito pelos seus contemporâneos como um garoto muito inteligente e alegre, aos 9 anos Sergio Murilo Moreira Rosa já havia começado a cantar no programa "Os Curumins" da Rádio Tamoio. Muito precoce, aos 12 anos já era animador de um programa infantil de auditório na TV Rio.
Em 1956, aos 15 anos era considerado como o melhor de cantor de rock'n'roll do Rio de Janeiro e aparecia com frequência no programa "Trem da Alegria," que fez muito sucesso na Rádio Nacional do Rio de Janeiro ao longo dos anos 1950 e que era comandado pelo Trio de Osso, composto por Yara Salles, Heber de Bôscoli e Lamartine Babo. Sergio participava cantando músicas rock-balada, muito em voga na época, no mesmo estilo de canções que faziam sucesso com cantores como Tony e Celly Campello.
Diziam que ele começou a torcer as pernas enquanto cantava bem muito antes de Elvis Presley.
Ainda no ano de 1956 ele apresentava ao lado de Sonia Muller, na TV Rio, um programa de calouros infantis chamado "Gente Importante".
Em julho de 1958, quando tinha apenas 17 anos, Sergio Murilo participou do filme Alegria de viver, de Watson Macedo. Na película ele contracena com Eliana, John Herbert e Yoná Magalhães. Fez o papel de Jorginho, um dos rapazes envolvidos com clubes de rock, no Rio de Janeiro. O ano de 1959 marcou o grande início do sucesso de Sergio Murilo. Nesse ano ele começou a tornar-se mais visível, participando do programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional. Foi quando conheceu o compositor Edson Borges, e por intermédio dele conseguiu um contrato com a gravadora Columbia.
Nesse mesmo ano , com o apoio e o prestígio de Edson Borges na Columbia, Sergio lançou seu primeiro disco, interpretando a toada Mudou muito, de autoria de Edson Borges e Enrico Simonetti, e o samba canção Menino triste, de Edson Borges. Ambas as canções não pertencem ao gênero rock.
Ainda em 1959 Sergio Murilo lançou aquele que viria a ser o seu maior sucesso: a rock-balada Marcianita, de autoria de José Imperatore Marcone e Galvarino Villota Alderete, com versão nacional do compositor português Fernando César.
A música tornou-se um clássico do rock brasileiro, primeiro lugar nas paradas das rádios. Anos mais tarde ela foi regravada por Léo Jaime, e em 1973 por Raul Seixas, no disco "Os 24 maiores sucessos da era do rock."
Anos depois a música viria a ser deformada e desvirtuada numa gravação de Caetano Veloso com Os Mutantes. Vários outros cantores e cantoras também a regravaram.
No mesmo ano de 1959 Sergio Murilo alcançou outro grande sucesso com Broto Legal, com versão de Renato Corte Real, que foi tema de longa reportagem da revista Radiolândia, recebendo então tratamento de ídolo.
Nos finais de tarde dos sábados, entre 1960 e 1962, Sergio Murilo apresentou na TV Tupi do Rio o programa “Alô Brotos”. Junto com ele estava Sônia Delfino. Acompanhados pelo conjunto de Oscar de Castro Neves, o programa recepcionou cantores iniciantes, como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Jorge Ben e Wanderléa.
Em 1962 (aos 20 anos) a Revista do Rock, após votação dos leitores, o coroou Rei do Rock brasileiro, principalmente por suas interpretações de versões de sucessos norte-americanos. A rainha do Rock nesse ano foi Cely Campello, de São Paulo.
A partir daí Sergio disparou e não parou mais por muitos anos. Participou do filme “Matemática Zero, Amor Dez,” de Carlos Augusto Hugo Christensen, cantando Rock de morte.
A sua carreira musical seguiu bem sucedida até 1976. Durante esses dezoito anos foram gravados 34 discos, entre discos 78 rpm, long-plays e compactos. Foram músicas de sucesso, como Marcianita, Broto Legal (versão do humorista Renato Corte Real), Biquini de Bolinha Amarelinha, Oh, Carol! E a muito engraçada Lúcifer, considerada a precussora do rock pauleira.
Eclético, Sergio Murilo gravou, tambem, a música Abandonado, que era uma versão de Only the Lonely, do cantor e compositor americano Roy Orbison (23/04/1936-06/12/1988).
Uma curiosidade em sua discografia é a música Lili Marlene, que ele gravou em 1968, versão inusitada da famosa música Lili Marleen, a mais conhecida da atriz e cantora alemã Marlene Dietrich (27/12/1901-06/05/1992), e cuja música era apreciada nos dois lados das trincheiras.
Em 1963 se apresentava com grande sucesso no Peru, onde recebeu os prêmios de "Artista Estrangeiro Mais Popular" e o "Microfone de Prata". Chegou a morar por lá.
Em 1964 Sergio Murilo trocou de sêlo, saindo da gravadora Columbia para a RCA, até 1968, quando voltou a gravar pela Columbia. Permaneceria nela até 1972. Em 1975 e 1976 gravou dois discos pela CBS. Em 1989 lançou o LP biográfico “Sergio Murilo,” pela gravadora Independente Mirim. Depois disso não gravou mais.
Ao longo de sua carreira participou de shows por todo o Brasil. Esses espetáculos foram se tornando cada vez menos frequentes, no hiato da sua carreira compreendido entre 1976 e 1989. Neste último ano, Sergio realizou a última apresentação ao vivo, em Barra Bonita, interior de São Paulo, com Tony Campelo, Carlos Gonzaga e Cely Campelo, tendo no teclado Mauricio Camargo Brito, autor do livro " Elvis Mito e Realidade"
Esquecido pela mídia, muito antes dessa última apresentação, Sergio afastou-se totalmente da vida artística para tratar da doença que terminaria levando-o precocemente. Ainda chegou a trabalhar como advogado, em sua cidade natal.
Sergio Murilo faleceu no dia 19 de fevereiro de 1992, aos 50 anos, em pleno ostracismo. Neste de 2021 ano completaria 80 anos.
Muito triste fim de carreira para quem deixou uma herança tão importante, como foi o sucedâneo movimento cultural da Jovem Guarda.
Em 2000, teve seus LPs do período de 1959 a 1962 relançados pela Sony na coleção "Jovem Guarda". Teve gravações incluídas em mais de 20 coletâneas de sucessos.
Seu nome, porém foi sendo esquecido e nos dias atuais são muito poucas as referências encontradas a seu respeito.
Surgiram os primeiros grupos de estudos de Objetos voadores não-identificados, os OVNI. Essa nova “religião” era alimentada pela indústria do entretenimento, na forma de histórias em quadrinhos, com destaque para Flash Gordon.
Também o cinema deu a sua contribuição, com uma grande produção de filmes B, de ficção científica (que passavam mais no Cine Brasil, eu não perdia um!): A Bolha Assassina, A Guerra dos Mundos, O Dia em Que a Terra Parou, dentre muitos filmes do gênero. Este tipo de filme deu um filho temporão: o ET, de Steven Spielberg, este um diretor apaixonado por filmes daquela época. Esses filmes tiveram muito sucesso, e concorreram para criar um clima em que muitas pessoas no mundo acreditassem e viessem a afirmar que tiveram contatos visuais com marcianos e discos voadores.
A música não ficou de fora desse filão. Ao longo de décadas foram produzidas canções que trataram do tema. Encontramos O Astronauta, de Vinicius de Moraes. Não Identificado, de Caetano Veloso, na belíssima voz de Gal Costa. Canção Para um Homem no Espaço, de Nilo Sérgio. Táxi Lunar, envolvendo Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho. E o moleque rock-caipira 2001, de Tom Zé e Rita Lee, executado pelos Mutantes.
Mas, de todas essas músicas espaciais, a maioria bonita e algumas nem tanto, a que mexe mais comigo, que ouvi quando estava iniciando a adolescência, é sem dúvida Marcianita, cantada por Sergio Murilo.
A MÚSICA
No imaginário de um ouvinte adolescente, capaz de sentir tudo o que lhe impressiona, a música é realmente contagiante como um rock espacial.
A cena é de um filme B, de ficção científica dos anos 1950.
Numa noite clara, fresca, você segue muito tarde pelas ruas desertas. De repente você vê ao alto uma luz estroboscópica que se aproxima, cada vez mais baixo, até pousar. E começa a ouvir uma música ritmada, o compasso feito por um contra-baixo.
O clima sideral se instala logo no início, com um pianinho que parece ter sido tocado e gravado num disco voador! Você vai ouvindo a letra e se envolvendo com o romance interplanetário entre um terráqueo de coração partido e uma marciana imaginária, e que por isso eu imagino logo que ela seja verde. O ritmo é delicioso!
Até o desfecho, você continua a se imaginar nessa rua deserta, solitário, assistindo um disco voador pousado à sua frente, luzes rolando como numa boate.
Paralisado, você constata que o disco veio lhe buscar para mudar toda a sua vida, sair da infelicidade de uma paixão frustrada direto para um novo mundo onde alguém lhe espera. Para os braços de uma garota desconhecida, porém provavelmente muito melhor que aquela que havia quebrado o seu coração.
Tudo isso ao compasso do som de um rock muito gostoso!
O COMPASSO
O ritmo que embalou a juventude dos anos 1950 foi, sem dúvida, o rock n’roll. Importado dos Estados Unidos, o rock foi adotado pelos nossos músicos e cantores mais jovens, geralmente em versões em português de músicas americanas, mas posteriormente em composições autenticamente brasileiras.
A música invadiu os programas de auditório das nossas rádios e das emissoras de televisão, que ainda engatinhavam nessa época, sob a forte concorrência das rádios. Vários programas surgiram, como foi o Trem da Alegria, do chamado Trio de Osso: Lamartine Babo, Yara Salles e Héber de Bôscoli, na poderosa Rádio Nacional.
Esses jovens músicos de rock foram precursores da Jovem Guarda, movimento musical e cultural que explodiria na década seguinte, e que teve vida mais longa. Poucos deles sobreviveram, no novo movimento musical.
Desses jovens músicos um teve destaque pela sua precocidade e pela qualidade de suas músicas: Sergio Murilo.
O PERSONAGEM
Nascido no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, em 2 de agosto de 1941,e descrito pelos seus contemporâneos como um garoto muito inteligente e alegre, aos 9 anos Sergio Murilo Moreira Rosa já havia começado a cantar no programa "Os Curumins" da Rádio Tamoio. Muito precoce, aos 12 anos já era animador de um programa infantil de auditório na TV Rio.
Em 1956, aos 15 anos era considerado como o melhor de cantor de rock'n'roll do Rio de Janeiro e aparecia com frequência no programa "Trem da Alegria," que fez muito sucesso na Rádio Nacional do Rio de Janeiro ao longo dos anos 1950 e que era comandado pelo Trio de Osso, composto por Yara Salles, Heber de Bôscoli e Lamartine Babo. Sergio participava cantando músicas rock-balada, muito em voga na época, no mesmo estilo de canções que faziam sucesso com cantores como Tony e Celly Campello.
Diziam que ele começou a torcer as pernas enquanto cantava bem muito antes de Elvis Presley.
Ainda no ano de 1956 ele apresentava ao lado de Sonia Muller, na TV Rio, um programa de calouros infantis chamado "Gente Importante".
Em julho de 1958, quando tinha apenas 17 anos, Sergio Murilo participou do filme Alegria de viver, de Watson Macedo. Na película ele contracena com Eliana, John Herbert e Yoná Magalhães. Fez o papel de Jorginho, um dos rapazes envolvidos com clubes de rock, no Rio de Janeiro. O ano de 1959 marcou o grande início do sucesso de Sergio Murilo. Nesse ano ele começou a tornar-se mais visível, participando do programa de Paulo Gracindo na Rádio Nacional. Foi quando conheceu o compositor Edson Borges, e por intermédio dele conseguiu um contrato com a gravadora Columbia.
Nesse mesmo ano , com o apoio e o prestígio de Edson Borges na Columbia, Sergio lançou seu primeiro disco, interpretando a toada Mudou muito, de autoria de Edson Borges e Enrico Simonetti, e o samba canção Menino triste, de Edson Borges. Ambas as canções não pertencem ao gênero rock.
Ainda em 1959 Sergio Murilo lançou aquele que viria a ser o seu maior sucesso: a rock-balada Marcianita, de autoria de José Imperatore Marcone e Galvarino Villota Alderete, com versão nacional do compositor português Fernando César.
A música tornou-se um clássico do rock brasileiro, primeiro lugar nas paradas das rádios. Anos mais tarde ela foi regravada por Léo Jaime, e em 1973 por Raul Seixas, no disco "Os 24 maiores sucessos da era do rock."
Anos depois a música viria a ser deformada e desvirtuada numa gravação de Caetano Veloso com Os Mutantes. Vários outros cantores e cantoras também a regravaram.
No mesmo ano de 1959 Sergio Murilo alcançou outro grande sucesso com Broto Legal, com versão de Renato Corte Real, que foi tema de longa reportagem da revista Radiolândia, recebendo então tratamento de ídolo.
Nos finais de tarde dos sábados, entre 1960 e 1962, Sergio Murilo apresentou na TV Tupi do Rio o programa “Alô Brotos”. Junto com ele estava Sônia Delfino. Acompanhados pelo conjunto de Oscar de Castro Neves, o programa recepcionou cantores iniciantes, como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Jorge Ben e Wanderléa.
Em 1962 (aos 20 anos) a Revista do Rock, após votação dos leitores, o coroou Rei do Rock brasileiro, principalmente por suas interpretações de versões de sucessos norte-americanos. A rainha do Rock nesse ano foi Cely Campello, de São Paulo.
A partir daí Sergio disparou e não parou mais por muitos anos. Participou do filme “Matemática Zero, Amor Dez,” de Carlos Augusto Hugo Christensen, cantando Rock de morte.
A sua carreira musical seguiu bem sucedida até 1976. Durante esses dezoito anos foram gravados 34 discos, entre discos 78 rpm, long-plays e compactos. Foram músicas de sucesso, como Marcianita, Broto Legal (versão do humorista Renato Corte Real), Biquini de Bolinha Amarelinha, Oh, Carol! E a muito engraçada Lúcifer, considerada a precussora do rock pauleira.
Eclético, Sergio Murilo gravou, tambem, a música Abandonado, que era uma versão de Only the Lonely, do cantor e compositor americano Roy Orbison (23/04/1936-06/12/1988).
Uma curiosidade em sua discografia é a música Lili Marlene, que ele gravou em 1968, versão inusitada da famosa música Lili Marleen, a mais conhecida da atriz e cantora alemã Marlene Dietrich (27/12/1901-06/05/1992), e cuja música era apreciada nos dois lados das trincheiras.
Em 1963 se apresentava com grande sucesso no Peru, onde recebeu os prêmios de "Artista Estrangeiro Mais Popular" e o "Microfone de Prata". Chegou a morar por lá.
Em 1964 Sergio Murilo trocou de sêlo, saindo da gravadora Columbia para a RCA, até 1968, quando voltou a gravar pela Columbia. Permaneceria nela até 1972. Em 1975 e 1976 gravou dois discos pela CBS. Em 1989 lançou o LP biográfico “Sergio Murilo,” pela gravadora Independente Mirim. Depois disso não gravou mais.
Ao longo de sua carreira participou de shows por todo o Brasil. Esses espetáculos foram se tornando cada vez menos frequentes, no hiato da sua carreira compreendido entre 1976 e 1989. Neste último ano, Sergio realizou a última apresentação ao vivo, em Barra Bonita, interior de São Paulo, com Tony Campelo, Carlos Gonzaga e Cely Campelo, tendo no teclado Mauricio Camargo Brito, autor do livro " Elvis Mito e Realidade"
EPÍLOGO
Esquecido pela mídia, muito antes dessa última apresentação, Sergio afastou-se totalmente da vida artística para tratar da doença que terminaria levando-o precocemente. Ainda chegou a trabalhar como advogado, em sua cidade natal.
Sergio Murilo faleceu no dia 19 de fevereiro de 1992, aos 50 anos, em pleno ostracismo. Neste de 2021 ano completaria 80 anos.
Muito triste fim de carreira para quem deixou uma herança tão importante, como foi o sucedâneo movimento cultural da Jovem Guarda.
Em 2000, teve seus LPs do período de 1959 a 1962 relançados pela Sony na coleção "Jovem Guarda". Teve gravações incluídas em mais de 20 coletâneas de sucessos.
Seu nome, porém foi sendo esquecido e nos dias atuais são muito poucas as referências encontradas a seu respeito.
MARCIANITA
(Fernando César/Marcone e Alverete)
Esperada, Marcianita
Asseguram os homens de ciência
Que em dez anos mais, tu e eu
Estaremos bem juntinhos
E nos cantos escuros do céu falaremos de amor
Tenho tanto te esperado
Mas serei o primeiro varão
A chegar até onde estás
Pois na terra sou logrado
E em matéria de amor
Eu sou sempre passado pra trás
Eu quero um broto de Marte que seja sincero
Que não se pinte, nem fume
Nem saiba sequer o que é rock’n roll
Marcianita, branca ou negra
Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante,
Serás meu amor
A distância nos separa
Mas no ano 70 felizes seremos os dois
A distância nos separa
Mas no ano 70 felizes seremos os dois