A multiplicidade dos papéis sociais na dinâmica da vida contemporânea marca a nova identidade feminina. A conquista desse perfil, muito mais efetivo nas últimas décadas, se deveu a uma luta histórica de superação de uma mentalidade machista que segregava a mulher a uma situação de subalternidade, dependência e inferioridade na relação de gêneros.
Em tempos passados a mulher assumia uma posição de confinamento ao ambiente doméstico, sem direito à participação na vida social, restringindo-se a cumprir suas funções de maternidade, procriadora de vidas e administradora do lar, cuidando do marido e da casa. Não tinha sequer o direito de emitir opiniões, declarar aspirações, tomar atitudes sem o consentimento masculino. Era condenada ao silencio e à resignação.
Felizmente essa identidade feminina de submissão, em que as potencialidades individuais eram anuladas, passou por um processo de transformação muito grande. A mulher não se aceita mais ser tratada como objeto. Com ousadia e autoconfiança ela passou a ocupar espaços antes exclusivos dos homens. E, diga-se de passagem, com competência e determinação de fazer inveja a muitos marmanjos.
A identidade feminina tem uma característica que a torna muito mais importante no contexto social em que vivemos. Ela consegue conjugar, com extraordinária maestria, suas atividades profissionais com a vida familiar. Libertar-se dos padrões opressores, a que estiveram submetidas durante séculos, é resultado de lutas pela conquista da igualdade de gêneros e da sua inserção na sociedade, como agente ativa dos acontecimentos. É a emancipação feminina o ponto determinante dessa nova identidade adquirida.
Interessante é que a mulher enfrenta o desafio de se integrar à normalidade da vida cotidiana do mundo moderno, sem sofrer preconceitos ou exclusão para o exercício de qualquer atividade humana, mantendo a essência consolidada em sentimentos, amor, graça e beleza, próprias do universo feminino. A identidade atual da mulher mostra capacidade de determinação e voluntariedade, sem abrir mão da emoção. Associa com invulgar habilidade os ditames da razão e do coração. Sabe ser forte quando necessário, sem perder a faceirice, a delicadeza, o charme, o encantamento.
Por isso a mulher está dominando o mundo. Derrubou qualquer tese em que a colocava como sexo frágil. E que assim seja. Quem sabe o mundo passe a ser mais humano, mais fraterno, e mais justo.