Pó terra Era o desfarelar da terra envergonhada, desunida, desfalecida desmisturava-se em nada antítese de si mesma

Distorções para o finito

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Pó terra
Era o desfarelar da terra envergonhada, desunida, desfalecida desmisturava-se em nada antítese de si mesma Parecia desejar a secura evitar ser última morada partia-se em milhões, se individualizava era em ser e tino, fugitiva Cingia a própria falta feito cão girava, sem sombra rasteira, temerosa vestia o véu do rodopio do meio-dia Recusa do porquê que era busca ser poeira em fuga nem carne, nem osso, apenas mancha que jaz era fim de aventura, pó terra se quedava Descanção
Perdida no corredor voz trêmula dormitava eco indistintos da dor um nome de mulher perdida Nem era música, sem frescor era agonia compartilhada notas em desencontros mas barulho que harmonia Impregnava o ar, mero apelo confusão mental, não artística quem dera tivesse amor pois parecia teimosia Era repetição de torturador agulha rasgando a bolacha confundia-se com cantor desafinava, alfinetava Pelo labirinto
Sinalizado caminho por setas pelo labirinto, "minotauva" coração ferido, pingava essência era vermelho na cor, plural na alma e seguia o rugido, às trombadas pelas paredes fantasiadas pelas incertezas concretas indicada, inexistente saída era de mentes curtas, pandêmicas visão com antolhos, encurtada fora um sítio da memória rompê-lo, era a salvaguarda Chuva na alma
Que não pare a chuva enquanto eu me inunde a alma quero navegar por braços e bocas úmidos, que eu mergulhe no papel em pingos a poesia pois amo a chuva no rosto, no cabelo, numa lágrima Que irrompa a chuva noturna, alumie feito lâmpada musical, cinematográfica, literária, num mar, num sítio carícia do algodoeiro céu no chão ansioso pela secura que amoleça o real, que embebede o vício, entorpeça Que não cesse a chuva mesmo nas memórias da vida debulhar gotas na pele, nas folhas do mato perfumar-se de cheiro de terra molhada para dançar sem pressa na invernada Que seja sempre a chuva.... que siga a bola na grama ou no terral da infância viajante do tempo pés descalço, seminus embaixo da biqueira catarata do oitão, corredeira de telha Que chova em mim...

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  1. Parabéns👏👏👏👏👏👏👏👏👏
    Clóvis Roberto...e agraciado somos por mais poesias da sua "gestação literária"
    Paulo Roberto Rocha

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    1. Mais uma vez, muito obrigado amigo. Um abraço.

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