Sobrevoando o deserto do Saara, um piloto e narrador da história, sofre uma pane em seu avião, fato que o obriga a fazer um pouso forçado. Muito cansado ele adormece e acorda com uma presença singela de um principezinho de cabelos dourados que lhe afirma ter vindo do planeta chamado B612.
A introdução do livro a que me refiro é "O pequeno Príncipe" de Antoine-de-Saint-Exupéry (1900-1944) Um livro repleto de simbolismos, que, através dos diversos personagens surreais e permeado de ensinamentos, nos proporciona muita leveza e sabedoria durante a leitura. Fazer a releitura do Pequeno Príncipe foi uma grande satisfação além do que me deu a oportunidade de rever as lições filosóficas nele contidas, bem como viajar por entre o imaginário infantil em suas mensagens acerca do comportamento humano.
À medida que ele vai conhecendo as diferentes pessoas ele percebe cada vez mais o valor da sua própria essência interior e percebe sua maneira de ser, como também o valor que o seu pequenino planeta tem, como a rosa que lhe é tão trabalhosa e ao mesmo tempo tão querida. O príncipe encontra um geógrafo, um rei, um guardador de chaves da estação de trem, uma serpente, uma raposa dentre outros e cada um deles lhe apresentando motivos para que ele vá interiormente tirando suas próprias conclusões. O livro através dos capítulos, por vezes, me emocionou, mas as palavras da raposa são as de minha preferência. De maneira simples e objetiva a raposa desperta no Príncipe a vontade de retornar ao seu lar e de cuidar da rosa e dos 3 vulcões que ele havia deixado lá. A rosa representa o amor que deve ser cuidado e cultivado por todos nós durante a vida. O encontro com a raposa é uma ode à amizade:
É penosa a parte em que o principezinho descobre um jardim repleto de rosas iguais as que ele tinha lá no planeta dele. Ele teve uma grande decepção e lembrou-se de toda jactância da rosa em afirmar ser a única no mundo. Foi necessário que ele viajasse para outros lugares para descobrir a mentira, e que sua rosa era tão comum.
A relação entre o adulto (o piloto ) e a criança (o príncipe ), vale a nossa observação. Em meio à preocupação entre consertar o avião quebrado e dividir sua atenção com uma criança, conversando o tempo inteiro e por vezes o impacientando, nos revela que às vezes não nos damos conta do nosso egoísmo, preocupados com as tarefas cotidianas e que todas as pessoas merecem a nossa atenção.
Escolhi três máximas que estão inclusas no livro: A primeira se insere no encontro com o rei: “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar. A autoridade repousa sobre a razão. Julgarás a ti mesmo. É o mais difícil.” A segunda está no encontro com o geógrafo: “ Mentimos quando queremos fazer graça“. A terceira, no encontro com o guarda-chaves da estação de trem: “Não se vai muito longe quando só se olha para frente.”
O Pequeno Príncipe foi publicado em 1943 e sua popularidade lhe confere a posição de terceiro livro mais vendido no mundo e ser traduzido em mais de 200 idiomas. É um livro muito comovente, original e que vale muito a pena a leitura.