Todas as vezes que via essa data, 2020, imaginava algo estranho. Gostava mais do 1982, 1986, 1995... até 2019, ainda ia. Eu me sentia em c...

Insuportável 2020

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Todas as vezes que via essa data, 2020, imaginava algo estranho. Gostava mais do 1982, 1986, 1995... até 2019, ainda ia. Eu me sentia em casa. Mas 2020 sempre me pareceu diferente. Mesmo nunca tendo simpatizado com ele, minhas esquisitices nunca poderiam me fazer imaginar como seria esse ano.

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Nunca imaginaria que iria aparecer um vírus no planeta que impediria as pessoas de saírem de casa, de abraçar os amigos e familiares, de viajar, de trabalhar. Nunca imaginaria que as pessoas iriam ter que usar máscaras, desinfetar tudo, lavar as mãos com álcool.

Nunca imaginaria que teria que ficar trancada, com medo de ir no supermercado, na farmácia, na casa da mãe, na praia, medo de ver o mar, medo de tudo. Nunca imaginaria que este ano, quase insuportável, fosse matar 1,3 milhão de pessoas, que não tiveram consolo nem despedidas.

Nunca imaginaria que a vida iria mudar tanto quando festejamos o réveillon no ano passado. Neste réveillon brindo o fim de 2020. Vai-te embora. Você deixou um saldo de tristeza e desamparo, fez a gente se sentir entregue a própria sorte, sem saber se seria escolhida ou se iria escapar.

Vou festejar com alegria a chegada de 2021. Desta vez uma alegria diferente, consciente. 2020 nos deixou marcas. E nós, que estamos escapando, além da resiliência que usamos neste ano, podemos ter agora, com o fim dele, um pouco de esperança. Um ano novo que trará a luz da cura, a volta ao normal, ao mundo. E aqui saúdo o cara que teve a ideia de demarcar o tempo.

Bem vindo, ano novo!

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