É melhor ser alegre que ser triste, já dizia o poetinha.
Mas o mundo anda tão triste, né, gente?
Ninguém repara nos olhos da amada. Afinal, para alguns idiotas ela nem é mulher...
Ninguém mais pensa nas crianças mudas telepáticas...
É que, de repente, mas não tão de repente, do riso, fez-se o pranto.
É que depois de tanto erro passado, é preciso conjugar o verbo no infinito.
Lembrar que o bom samba é uma forma de oração.
Dia 19 último foi o aniversário de nascimento de Vinícius de Moraes. Em sua homenagem meu Vini ganhou seu nome.
Lembro que um amigo, na época em que Vini teve seu nome escolhido (ainda não havia nascido), fez muxoxo, dizendo que era nome de intelectual.
Não sabia ele que Vinicius, o poeta, não era do agrado dos intelectuais, porque era alegre, amava as mulheres de verdade (não na base da idealização) e não vivia como um sorumbático macambúzio, como querem que sejam os poetas.
E que Vinícius, o meu filho, já nasceu eterno, e não chama. Parabéns ao poetinha!
Sobre poesia, vou falar algumas histórias de bastidores, sem citar nomes, mas casos reais:
Começar citando o caso de um poeta que era ignorado pelas vanguardas poéticas.
Ele fazia sonetos, e isso é algo imperdoável para alguns ditos vanguardistas.
Era muito talentoso, mas sofria esse preconceito (sim, poetas são preconceituosos com os próprios poetas).
Para romper a bolha, escreveu poemas na linha dos que o rejeitavam.
Poemas "inventivos", com frases verbais pulando de um verso pra outro. Como se fossem separação de sílaba, saca,?
Foi, então, aceito pelo grupo. Passou a ser considerado poeta pelos que o criticavam, que até passaram a publicar seus poemas em suas revistas.
Ele, enquanto isso, ria do acontecido e voltou a fazer sonetos.
Linaldo Guedes é mestre em ciências da religião, jornalista e poeta