Entrega
Fiz dos meus olhos
Dois pedaços de uma noite comprida
Dois atalhos de um caminho vasto
Duas portas escancaradas
Sem tranca e sem nada
Em posição de espera.
Fiz dos meus lábios,
Meus braços
Meu corpo
Uma canção manhosa
Uma rede estendida
Uma enseada.
Deixei de ser quem era
E fui ficando assim
Em posição de espera.
Borboletas
Apesar das convulsões do tempo
Casulos não permanecem lacrados.
As borboletas têm de deixá-los.
É delas o jardim, e a amplidão azul.
É delas o eterno enamorar-se da liberdade
Precisam voar.
Nada pode detê-las.
Belezas espelho da suprema beleza.
Elas mesmas símbolos do poder
Que rompe o lacre do casulo da morte
E renasce para viver
Eternamente em glória.
Adoração
Desde a primeira linha do teu texto
Desde o primeiro verso do poema
E do primeiro encontro com a verdade
Desde o primeiro gesto de acolhida
E do primeiro estímulo de vida
Eu despertei.
E te tornaste essa oração diária
Que eu preciso repetir cada vez mais
Para encontrar a paz.
A flor amada
A flor amada não é Rosa branca
Não é Dália rosa
Nem é Lírio D’Água.
É flor crescida num canteiro-mágoa.
Não é Sempre-Viva
Nem a mais bela é.
A flor amada é a flor Saudade
Que o Amor-Perfeito
Muito Malmequer.
Fiz dos meus olhos
Dois pedaços de uma noite comprida
Dois atalhos de um caminho vasto
Duas portas escancaradas
Sem tranca e sem nada
Em posição de espera.
Fiz dos meus lábios,
Meus braços
Meu corpo
Uma canção manhosa
Uma rede estendida
Uma enseada.
Deixei de ser quem era
E fui ficando assim
Em posição de espera.
Borboletas
Apesar das convulsões do tempo
Casulos não permanecem lacrados.
As borboletas têm de deixá-los.
É delas o jardim, e a amplidão azul.
É delas o eterno enamorar-se da liberdade
Precisam voar.
Nada pode detê-las.
Belezas espelho da suprema beleza.
Elas mesmas símbolos do poder
Que rompe o lacre do casulo da morte
E renasce para viver
Eternamente em glória.
Adoração
Desde a primeira linha do teu texto
Desde o primeiro verso do poema
E do primeiro encontro com a verdade
Desde o primeiro gesto de acolhida
E do primeiro estímulo de vida
Eu despertei.
E te tornaste essa oração diária
Que eu preciso repetir cada vez mais
Para encontrar a paz.
A flor amada
A flor amada não é Rosa branca
Não é Dália rosa
Nem é Lírio D’Água.
É flor crescida num canteiro-mágoa.
Não é Sempre-Viva
Nem a mais bela é.
A flor amada é a flor Saudade
Que o Amor-Perfeito
Muito Malmequer.
Milfa Valério é professora e poetisa