O espinho
Um espinho solto
no grito apertado
beirava o caminho
a espreita do dedo
O espinho pouco
obstáculo doloso
gigante diminuto
golpe absoluto
Que espinho torto
a alma em susto
e esfola o corpo
geme como louco
Espinho de desgosto
pontinho vermelho
pintura em dolorido
sinal do encontro
Um espinho indigesto
largado ao terreiro
carne, ponta e pronto
segundos de desespero
O casario
Casario conta o tempo
calculador de relógios
avança por séculos
pelos cantos sem esmero
No mármore frio
repousa em tijolos
argamassa de que foi ido
de um mundo decaído
Desfalece aos ruídos
das ruínas, em desapego
solta reboco a reboco
decompõe a si mesmo
Casario outrora acesso
de bailes, risos, acenos
foi alegre testemunho
agora é rio sem leito
O carnaval
Qual o melhor carnaval?
o da fantasia realizada
com a máscara na cara
e alma desnuda
Era a tribo perfeita
desconhecida cantoria
encontros em alegria
cerveja, suor, folia
Pelas subidas, descidas
Idas e vindas, ladeiras
cenário que se repetia
vida solta em Olinda
Um espinho solto
no grito apertado
beirava o caminho
a espreita do dedo
O espinho pouco
obstáculo doloso
gigante diminuto
golpe absoluto
Que espinho torto
a alma em susto
e esfola o corpo
geme como louco
Espinho de desgosto
pontinho vermelho
pintura em dolorido
sinal do encontro
Um espinho indigesto
largado ao terreiro
carne, ponta e pronto
segundos de desespero
O casario
Casario conta o tempo
calculador de relógios
avança por séculos
pelos cantos sem esmero
No mármore frio
repousa em tijolos
argamassa de que foi ido
de um mundo decaído
Desfalece aos ruídos
das ruínas, em desapego
solta reboco a reboco
decompõe a si mesmo
Casario outrora acesso
de bailes, risos, acenos
foi alegre testemunho
agora é rio sem leito
O carnaval
Qual o melhor carnaval?
o da fantasia realizada
com a máscara na cara
e alma desnuda
Era a tribo perfeita
desconhecida cantoria
encontros em alegria
cerveja, suor, folia
Pelas subidas, descidas
Idas e vindas, ladeiras
cenário que se repetia
vida solta em Olinda
Clóvis Roberto é jornalista e cronista