Tangeu os bois da pastagem
e o leite virou água
nas torneiras Rio
de sua Casa Comercial.
O outro rio da Fazenda
seguiu cortando caminhos
com Fama
Tramontina Pial
marcas sem céu.
O esterco no vento
jogado ao exílio
recaiu sem pátria
sobre vasos
de sanitários Deca.
Nunca mais
as reses que agora são:
dos tubos de conexão!
Apertam-se os dígitos
da máquina no balcão
moureja a mão
sem laços
com o campo.
ALIANÇA
(vaca do pastio)
desmamou a manhã
aliou-se ao novo mundo!
É selo de agora
marca:
São fechaduras
trancando o grito de aboio
estrangulado em farpas.
O rio da Fazenda sangra
fluindo mágoas
pelas raízes partidas.
São tardes entristecidas
de silêncio encurralado!
Mostruários são agora
nostálgicos bois
explícitos animais
de mugidos míticos
de metais.
Aloja-se na fachada
o mundo escurecendo.
"Paralines" se acendem
expondo o nome
que dá nome aos bois.
Enquanto urge o dia,
no pasto,
muge o boi da tarde.
As seis horas
são seis cabeças
gritando na porteira
lentamente do curral
o seu grito amarrado
ressequido e dolente
lacrando o dia, afinal.
Na loja
já são seis horas
mas não se guarda a sela
não muge o boi da tarde
nem a tarde arde
para a noite se deitar.
Afinal
nenhum vaga-lume!
Pássaros
se recolhem
se aninhando livres.
E a noite chega
na lenta escuridão
e ficam os bois
metidos na solidão
irrompendo a tarde
que se debruça
na sua amplidão.
Sentados,
olhar sereno
os bois mastigam
a tarde morta.
Na loja, fecham-se
as portas do comércio.
Fechaduras de duas voltas
fecham insaciável estigma
mas não devolve o tempo.
Vê-se, então, devagar
o destino galopando
para ali, para lá
para ali, para lá
cercado envolta
pelas voltas
que o mundo dá.
Cercado envolta
pelas voltas
que o mundo dá.
e o leite virou água
nas torneiras Rio
de sua Casa Comercial.
O outro rio da Fazenda
seguiu cortando caminhos
com Fama
Tramontina Pial
marcas sem céu.
O esterco no vento
jogado ao exílio
recaiu sem pátria
sobre vasos
de sanitários Deca.
Nunca mais
as reses que agora são:
Tigres
dos tubos de conexão!
Apertam-se os dígitos
da máquina no balcão
moureja a mão
sem laços
com o campo.
ALIANÇA
(vaca do pastio)
desmamou a manhã
aliou-se ao novo mundo!
É selo de agora
marca:
ALIANÇA.
São fechaduras
trancando o grito de aboio
estrangulado em farpas.
O rio da Fazenda sangra
fluindo mágoas
pelas raízes partidas.
São tardes entristecidas
de silêncio encurralado!
Mostruários são agora
nostálgicos bois
explícitos animais
de mugidos míticos
de metais.
Aloja-se na fachada
o mundo escurecendo.
"Paralines" se acendem
expondo o nome
que dá nome aos bois.
Enquanto urge o dia,
no pasto,
muge o boi da tarde.
As seis horas
são seis cabeças
gritando na porteira
lentamente do curral
o seu grito amarrado
ressequido e dolente
lacrando o dia, afinal.
Na loja
já são seis horas
mas não se guarda a sela
não muge o boi da tarde
nem a tarde arde
para a noite se deitar.
Afinal
nenhum vaga-lume!
Pássaros
se recolhem
se aninhando livres.
E a noite chega
na lenta escuridão
e ficam os bois
metidos na solidão
irrompendo a tarde
que se debruça
na sua amplidão.
Sentados,
olhar sereno
os bois mastigam
a tarde morta.
Na loja, fecham-se
as portas do comércio.
Fechaduras de duas voltas
fecham insaciável estigma
mas não devolve o tempo.
Vê-se, então, devagar
o destino galopando
para ali, para lá
para ali, para lá
cercado envolta
pelas voltas
que o mundo dá.
Cercado envolta
pelas voltas
que o mundo dá.
Saulo Mendonça é escritor, poeta e haikaista