Outro dia, vi o anúncio de um lindo prédio. Sim, digo lindo porque estava todo iluminado com fachadas imponentes que impressionavam. As janelas de esquadrias de alumínio galvanizado, com vidros por toda parte, pareciam blocos de gelo.
O jardim era ornamentado com cactos e seixos brancos. Tudo muito clean, minimalista, para dar a sensação de amplitude ao espaço. Os apartamentos mais altos eram os mais caros, porque estavam mais próximos do céu. Lembravam gaiolas aéreas.
No hall de entrada, os elevadores pareciam naves espaciais. Não vou mais contar porque já estou me sentindo mal, só de pensar nas alturas.

Que maravilha da natureza! Não precisei de elevadores para subir tão alto e desfrutar este céu tão lindo e imenso que estava dentro de mim. Olhei para cima e agradeci a Deus.
Nesse exato momento, ouvi a voz de Carlos: "Lauinha, meu anjo, vamos entrar. Lá dentro também temos o nosso paraíso".
Entramos. Carlos, em seu gabinete, começou a digitar aquela crônica. E eu, em nosso quarto, apanhei meu violino e toquei aquela música!
Alaurinda Padilha Romero é violinista